terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A chegada do Príncipe

Na andança imprevista, de passo forçado,
A hora é chegada, o corpo não espera
Ficando assim mesmo, na humilde tapera
O Mestre divino, menino, hospedado

Em noite cerrada, a estrela, pungente,
Resplende Sua glória, indica o caminho
Da vida eterna que trouxe, sozinho
A um mundo mui triste, estéril, descrente

Saudado é por anjos, em grã profusão
E pelos pastores, tão alegremente
Em silêncio terno, mirando o que jaz

Riquezas tributam os orientais
Dizendo ao infante em prece silente
"Bem-vindo, Alteza do Reino da Paz!"

domingo, 22 de novembro de 2009

Valendo pouco

"A carne mais barata do mercado é a carne negra". Ouvir isso da boca de um negro, como Seu Jorge, faz-me (re)pensar o preconceito como um todo. Será que a discriminação está nos olhos de quem discrimina ou na alma de quem é discriminado?

Depois de algum tempo sofrendo, a dor não tem mais o mesmo peso. A vida é assim em tudo (ou quase tudo); meu exemplo mais claro é a hipertrofia muscular: chega um momento em que não se sente mais a dor do esforço, mas o músculo, para resistir, precisa-se aumentar, como que seu volume afrontasse o halteres do atleta.

Do insigne Sergio Sardi, recordo-me do exercício de verificação, em que o olho enxerga e o olhar interpreta. Onde está o racismo que alguns insistem em dizer haver no Brasil? Será que meu olho não vê ou é o olhar de quem sofreu demais que está, pois, enxergando além da conta?

Não sou racista, e a ideia de "carne negra" tem que ser extirpada do nosso meio; mas que "nosso meio", o dos brancos-não-mais-escravocratas ou dos negros-sempre sofredores?

É lei da Economia: um produto vale o quanto é procurado e o quanto é oferecido. Acho que já está tardando a desmistificação racial brasileira. Tardará ainda mais, enquanto uma pessoa for contada pela sua "carne".

sábado, 21 de novembro de 2009

Voo estável

Monografia de conclusão entregue, pesquisa, mestrado engatilhado; agora, é aguardar!

Poderei passear, descansar, fazer o que gosto (não que eu não goste da correria); hoje, 2012 me aguarda! Assim, minhas promessas voltarão a ser cumpridas (já andei correndo um pouco no parque, mas tenho mais coisas ainda cumprir).

Enfim, agora é ritmo de festa! :)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Malícia da vítima ou bondade do bandido?

A presença de espírito do taxista Waldemar Erani Cereça, 59 anos, salvou sua vida, ontem à tarde, quando era refém de dois assaltantes, que tomaram o seu táxi, em Porto Alegre. Após ficar uma hora e meia em poder dos criminosos, o taxista se livrou da dupla ao simular um ataque cardíaco, o que sensibilizou os bandidos. Eles deixaram o taxista na porta do Hospital Cristo Redentor e fugiram no carro da vítima, um Siena.

(tirado daqui)

+ + +

Não sei mais em que pensar! A vítima fez a maldade de enganar os sequestradores, que, por sua vez, foram caridosos a ponto de deixar seu coagido junto a atendimento médico. Isso é um quase "com licença, estou levando o seu carro". É, o mundo tá virado, mesmo. Ao menos, os badidos conhecem bem "a dignidade devida a todos os membros da família humana", como proclama a Declaração Universal dos Direitos Humanos...!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Honrando a quem merece

Hoje, por hábito e norma, é Dia do Professor aqui na Pátria-Mãe. Cabe, pois bem, lembrar daqueles que nos deram um pouco de si, exercendo seu ofício com a obsessão da qualidade e a ternura da humanidade, e lhes devotar a gratidão e o reconhecimento pela relevância dos seus serviços.

Não são poucos os professores em quem reconheci (e, em alguns, ainda reconheço) bons parceiros de caminhada: Izélia, Lúcia, Sirlei, Cléris, Denise, Ana Lúcia, Paulo e Flávio foram os que me deram o gosto pelos números; Fernando, Odone, Sandra e Teresa, pelas letras; Carla, Maria Angélica, José Leandro, Odeli, Miguel e Idílio, pela ciências; e Zerlei, Jussara, Cleusa, Carmem Júlia, Silvino, Ricardo, Alexandra e Mara, pela inquietação que me causaram para descobrir quem é, reealmente, o homem. Todos esses compuseram fundalmentalmente minha vida estudantil, permitindo que eu me enveredasse pelos caminhos da ética e da técnica.

Hoje, rememorando meus professores, vejo-lhes quão grande esforço desempenharam para que tocassem suas inúmeras turmas de inúmeros alunos. Para alguns deles, sou apenas uma estatística; mesmo assim, não muda minha estima por eles, pelo ensino que me confiaram. Para outros, sou uma boa memória e uma companhia dos tempos; a esses, minha consideração se redobra e se põe nos níveis mais altos que eu possa colocar.

Às portas da Academia, convivi com nomes brilhantes, dos quais convém destacar Ricardo Timm de Souza, Pergentino Stefano Pivatto, Cláudio José de Oliveira, Ronaldo Villa Laux, Juliana Leite Ribeiro do Vale, Felipe Camilo Dall'Alba, Milton José Cardoso, Airton José Sott (meu primeiro orientador), Gilberto Shaffer, Maristela Alves, Maria Izabel Cantalice, Antônio Prestes do Nascimento e Renato Selayaram - esse último, um fraterno parceiro diante de toda a caminhada. Como não lhes seguir os passos, como não se assemelhar, ainda que involuntariamente, a cada um deles?

Mesmo entre todos esses nomes (e talvez haja outros que eu tenha deixado passar, ao que peço sincera desculpa), há um nome que não posso deixar de lembrar com certo destaque: Profª Tânia Argimon, minha primeira professora, ainda no Mesozoico (agora sem acento - coisas da Reforma), quando eu era um gurizinho (nas palavras do meu pai).

Apesar de toda a correria (e do material de Economia on the table sobrestando qualquer urgência), parei meu dia para lembrar da mulher que, com perícia invulgar, conseguia fazer seus pupilos cantarem, lerem, contarem e pesquisarem (lembro-me em detalhes como empregamos o método científico para conhecer a cana-de-açúcar, e isso com seis anos!).

Saí sob chuva fina, daquelas que sói por essa época (estava exatamente assim no ano passado, eu me lembro bem); aproveitando o ensejo, deixei paletós para lavar e óculos para aviar novas lentes. Cheguei na floricultura, comprei um buquê pequeno de flores-do-campo (bem miúdas e coloridas, dessas que toda criança gosta) e lhe enderecei um cartão que escrevera em casa, com a mesma caligrafia diminuta e feita com lapiseira de ponta fina, hábito que nunca perdi. Mandei-lhe também uma pequena fotografia, com dois Samis (o que ela conheceu e o que o tempo e ela moldaram). Meio constrangido sob o olhar da florista, depositei tudo ali e instei que para que entregasse à tarde no educandário em que ela leciona, sabedor de que lá estará.

(em algum momento da existência, já fui bonitinho)

A despeito da timidez, voltei para apor, no reverso da lembrança, os meus contatos, coisa que passou despercebida quando lhe dediquei o mimo. Anotei também o endereço desse meu canto, num lampejo incontinente e indecifrável para mim mesmo. Azar do goleiro, e, como Pilatos, deixei quedar o que já estava registrado.

Se ela vai lembrar de mim como o devorador de livros, ou como o que não conseguia anotar tudo com presteza (e ainda não consigo), ou como o representante da classe, ou como aquele que não quis sair na passeata pelo impeachment do então Presidente Collor por objeção de consciência (sim, eu fui contra, porque achava inseguro trocar de presidente no meio de um mandato democraticamente eleito, de modo legal e legítimo - e eu tinha seis anos!), não o sei; não sei sequer se se lembrará de mim, pois não foram poucos os discípulos brilhantes a quem teve o privilégio de conduzir. Não sei se passará por aqui, apondo seu "visto" em forma de rosto sorridente circunscrito por uma letra V em cursivo caprichado. Não sei. Sei apenas que cumpro minha palavra tal como a disse há tanto tempo: ao final daquele ano letivo, depois de abraçar a turma e emocionada, disse-lhe "nunca mais esquecerei da senhora". Eis a minha palavra, hoje cumprida publicamente.

* * *

Preciso homenagear também a duas pessoas que me ensinaram a difícil arte do amar; apesar dos trancos e barrancos a que passaram juntos (e dos gênios às vezes se atritatem até incinerarem a paciência), Papai e Mamãe completam hoje TRINTA E QUATRO anos de namoro! Que Deus abençoe essa união com alegrias mil. O primogênito, apesar de feio e chato, criou-se para o bem, e o caçula se encaminha para bom rumo, à glória de Deus e alegria do casal.


(alguma dúvida quanto a quem seja eu?)

Como cantaria Barney, o Dinossauro, "... amo você, você me ama, somos uma família feliz...".

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Tangente

Tangente
(Jáime Jandir da Porciúncula Peixoto)

Constrangeu-me pensares
que te olhava embevecido.
embora bela,
não te via!
Apenas lia,
distraído,
o poema na janela.

(da 17ª edição do programa "Poemas no Ônibus)

(com uma curiosidade: enquanto eu anotava esses versos, notei que havia uma adolescente muito bonita ao lugar abaixo do adesivo; quando terminei de copiá-los, seus olhos estavam fitos EM MIM! Fiquei todo errado. Foi divertido: senti-me flertado por conta da poesia! E há quem diga que Literatura não é romantico...)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Como escrever um TCC

"Livrai-nos do mal. Amém"

Peguei o metrô para ir a Sapucaia; uma e pouco da tarde, polenta ainda fazendo a digestão, vagão sacudindo, batata: peguei no sono. Foi pouquíssimo tempo, nem cinco minutos, mas foi o suficiente pra infestar de gente feia à minha volta. MUITA gente feia. O pior é que TODOS desceram comigo, na Estação Sapucaia. Pois é, talvez eu faça parte do grupo.

"As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental". Não é à-toa que Vinícius de Moraes é incensado.

Ainda que eu goste de corpos femininos, seria demais pedir um mínimo de cuidado às "musas" da minha geração? Pois é. Uma ex-namorada minha dizia que "tudo que é bagulho desce sempre em Sapucaia". Deve ser por isso que trabalho lá há cinco anos.

Ao chegar ao meu destino, subindo a escada-rolante, olhando para os degraus para não pisar em ninguém (escada-rolante que funcione no metrô é como ponta de arco-íris: a gente sabe que existe, mas nunca encontrou), contemplei um scarpin marrom bastantante elegante. Olho a mulher em cima deles: um derrière fenomenalmente grande, tão grande que nem tinha graça; fiquei com vergonha, voltei pro scarpin e me decepcionei: era de uma cor odre encardido, com uma tatuagem num cursivo horroroso, em que se lia "livrai-nos do mal. Amém". Que tristeza. Se a cor já era feia, o odor devia ser deletério, bem ao sabor dos Irmãos Karamazov.

Diria Niemeyer, "beleza também é função". Alguém se arrisca a contratiar?

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Outubro: mês da pancadaria

There are thirty-nine books on my table. Não, não é aula de inglês nem exagero. Há hoje, literalmente, 39 livros sobre minha mesa. Desses, pela conta de vista, uns 10 têm mais de 1.000 páginas (e desses, 4 têm mais de 2.000 mil). Acho que só isso já expressa o título do post.

Correria com leituraS, trabalho de conclusão em andamento (depois de uma ziguezira enorme), trabalho para semana de pesquisa da universidade, provas da faculdade y otras cositas más. É a vida.

Mas eu vou vencer! Meu cronograma de atividades tem até um nome: Operação Vitória! E mesmo que faltem 92 para acabar o ano, 100 para o último dia acadêmico-letivo, 111 para a colação de grau e UM MÊS para ver o famígero trabalho final com forma e volume quase definidos, mesmo que hoje pareça um dia de outono, mesmo com o barulho de reforma de um apartamento me incomodando as leituras desde às 8 da matina e que eu precise relembrar os acordes de I’ve got you under my skin, mesmo assim, EU VENCEREI!

(Lair Ribeiro, aprende comigo e morre de inveja!)

E pra fechar a autopalestra motivacional (eu sei, autopalestra é feio que dói, mas foi a Reforma que mandou), uma música cafona que eu gosto e que eu nunca havia colocado aqui: Eye of the Tiger!



(um PS bem baixinho: devo um texto pra Lu sugerindo o que fazer enquanto o maridones viaja. Vou fazê-lo, prometo)

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Papo notívago

Enquanto estou deglutindo um copo de iogurte de mel e dirigindo minha mente ao sono dos justos, ouço os vizinhos conversarem animadamente diante de uma janela que dê para o poço de luz. Vale dizer: os ponteiros se aproximam da uma da manhã e a síndica do edifício, tal como três quartos dos demais condôminos, é octogenária e surda. Deve ser por isso que não reclamam.

Meu poço de luz poderia servir de alto-falante. Tri bom. Lembro que, passados uns quinze dias depois que me mudei pra cá, quiçá nem isso, tive a experiência de acompanhar pela audição um ato sexual digno de pornochanchada. Era um tal de ai, ai, ai e eu, podre de cansado e ouvindo PlayboyRadio. É mole ou quer mais?

Entendo haver pessoas expansivas, venho de uma família de gritões; mas no poço de luz de um edifício de 10 pavimentos na hora de dormir? E há quem seja contra a pena de banimento.

Falta de intimidade me é sinônimo de Big Brother, tanto o livro ("Nineteen Eighty-Four", ou "1984", em português) quanto o programa espúrio. Sei lá, é tão difícil pra mim me "desligar" do mundo circundante! Como eles conseguem?

Bueno, o negócio é ir dormir de fone. Big Brother is wathing you. Droga de vida.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

50 coisas que aprendi assistindo Chapolin

1. Automação residencial nada mais é que um sujeito chamado Pepe.
2. Existe uma grande diferença entre meteoros e aerolitos.
3. As Anteninhas de Vinil são mais eficazes e úteis que um cinto de utilidade.
4. Heath Ledger seria um excelente Tripa Seca.
5. Jamais esqueça de colocar os parafusos na cabeça do seu mordomo-robô.
6. Parangaricutirimirruaru é abracadabra em espanhol.
7. O Chapolin viajava no tempo.
8. O Poucas-Trancas mora na Barra Funda.
9. O extrato de energia volátil não é para principiantes.
10. Todos os fantasmas, vampiros e múmias são, na verdade, bandidos disfarçados.

11. ETs existem. E seus discos voadores podem ser controlados por um Nintendo Wii.
12. Ser um espião famoso não é um bom negócio.
13. Alguém conheceu a Disneylândia com o Polegar Vermelho.
14. Quando você não sabe o desfecho de um provérbio termine com “A ideia é essa, é mais ou menos isso…”
15. A Marreta Biônica é uma mistura do martelo do Thor com um bumerangue, pois sempre volta às mãos do Chapolin.
16. Se a NASA pretende ir até Marte em 2018, o Chapolin foi em 1973.
17. Se a tripulação já comeu tudo não há motivo para eles terem fome.
18. Duendes se parecem muito com marionetes mambembes. E bebem água da Jamaica.
19. Nunca acredite nos mortos. Eles são muito mentirosos.
20. A mãe da criança que Salomão sugeriu dividir é “essa aqui que tá aqui atrás”.

21. A moeda vigente tem sua cotação baseada em dois dólares. Ou um saquinho de alfafa.
22. Uma coisa é ser Sansão, a outra é usar a peruca.
23. A Elba Ramalho é do Planeta Venus.
24. Se alguma missão espacial da NASA se perder no universo, é só usar o código espacial universal SBBHCK para voltar pra terra.
25. O real nome da Branca de Neve é Patricia Espinolha, mas ela gostava tanto de bolo de coco que a apelidaram assim.
26. A combinação chroma-key + tinta amarela te deixa invisível.
27. Se outra pessoa ligar procurando o Dr. Zurita mande-o para o inferno.
28. Companhias de Energia elétrica devem orientar seus funcionários para não medir a energia de templos japoneses. Motivo: Simpato Yamazaki.
29. O nome completo do personagem é Chapolin Pataleon Colorado y Roto.
30. Uma fantasia de pedra pode realmente surpreender.

31. Um bebê de Júpiter é gigante perto de qualquer adulto.
32. Chirrin-Chirrion é o Ctrl+C / Ctrl+V dos anos 70.
33. Pulgas podem ser amestradas e possuir seu próprio circo.
34. Pode ser que sim, pode ser que não. Mas o mais certo é “quem sabe?”.
35. Para que o louco não se enfureça evite contrariá-lo. Tem que imitá-lo. Etc, etc, etc.
36. Se o item 35 falhar, use narcótico. Ele coloca até privadas e latas de lixo para dormir, por que não colocaria um louco furioso?
37. Uma maquina para trocar cérebros nada mais é do que dois abajures ligados por fios.
38. Nunca procure um médico em dia de futebol.
39. Há um ditado de Navegante que diz: se quando viaja faz o que quer, quando viajar não leve a mulher.
40. “Reintegro”. “Patas de galinha”. A CIA e o FBI tem muito o que aprender sobre codificação de mensagens.

41. Nunca confunda mordida de cobra com o zíper da calça.
42. Algumas coisas não importam um honorável pouquinho.
43. Se alguém comparar o braço com As Pirâmides do Egito responda comparando o seu com o Colosso do Ceará.
44. Dançar mambo com os gêmeos.
45. “Não tava morto, só andava falecido” foi um grande hit mexicano nos anos 70.
46. Para atravessar a fronteira, basta um salvo-conduto. Se ele estiver vencido, veja quem o derrotou.
47. Inglês é fácil. Basta falar as palavras ao contrário.
48. Nunca desconfie dos empregados em caso de roubo. Eles são pobres, porém honrados.
49. Um dos maiores mistérios da humanidade gira em torno do que há no saquinho do Dr. Chapatin.
50. Em momentos de crise, SuperSam diria “Time is money! Ohhhh yessss!”

(daqui)

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Molhado

Se há uma sensação que meu tato desgosta, certamente não me é pior que a sensação de estar molhado. Estou aqui, zanzando pela Mui Leal Valerosa com o pé encharcado. Droga de vida.

Acho que os motoristas de peruas gostam de água. Só pode! Tive de dar TRÊS passos dentro d'água. Puxa vida! Alguém pode fazer o favor de avisar o beócio que água MOLHA?

E ainda há quem reclame que é demitido sem motivo, do mercado de trabalho ingrato e que é maltratado em seu labor! Também pudera!

Com motoristas de sensibilidade bubalina, a vida vai indo. E chove em Porto Alegre. Novidade...

(Samuel ranzinza mode ON)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Promessas sazonais

A primavera começou com cara bonita na capital dos gaúchos. Além de trabalhar como um animal, desci para caminhar 100m sob um solzinho remelento (é natural, a nova estação ainda está acordando); afaguei uma canina simpática do município, comi uma fruta, fiz alongamento. A primavera chegou!

Embora houvesse nuvens altas e aparentasse vir muito frio, meu dia não sofreu queda de temperatuta. Talvez "the rain has gone". Tomara.

Estou cheio de coisas para o fim do ano: faculdade, cursos funcionais, trabalho de conclusão, salões científicos, exames... tanta coisa! Mas estou vivo e disposto a lutar, mesmo no meio do fogo cruzado. Como dizia no final do semestre passado, "se eu passo o verão, passo o ano". Estamos na primavera!

Mas quero fazer promessas para mim mesmo, criar metas a atingir, objetivos a alcançar. Quero saber qual vento me levará. Sendo assim, vamos ao plano:

* escrever mais pra cá; visitar todos os blogs amigos e os meus comentaristas (no máximo, a cada 2 dois dias);

* beber muita água diariamente (ao menos, 1l); comer mais frutas e verduras; dormir melhor; fazer exercícios;

* descontrair mais; tomar sorvete; ir ao cinema; ler despretensiosamente; tirar um dia no parque; ligar e escrever aos amigos; passear tranquilamente; tocar mais piano.

Acho que, por hoje, basta; vou "me puxar", prometo. Conto com a ajuda de todos. Não quero deixar mais uma primavera "passar batida" por mim.

Abração!

Teste tecnológico

Estou matando um milhar de coelhos na mesma cajadada: atualizo o blog, brinco no smartphone, testo a internet, ouço Gonzagão e perco tempo precioso! :)

Pronto! Funcionando, é mais um modo pra não conseguir escapar daqui. Vamos ver no que dará. Alguma alma caridosa pode conferir o funcionamento disso? Brigadão!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

... porque aqui, aqui é o meu lugar...

Andei longe daqui, o que é facilmente constatável pelas datas dos posts. Nesse meio tempo, corri, li, escrevi, malhei, deixei de malhar, viajei; revi amigos, decepcionei-me com pessoas, vislumbrei horizontes. Mexi-me. A vida correu, assim como o rio e a mim mesmo. Não volto no tempo, mas torno a ver coisas que me dão prazer. Escrever sobre a vida é uma delas.

Em poucas palavras: estou voltando ao blog! Espero não esperar minha próxima fuga desse cantinho que, admito, eu gosto. E como minha vida sempre tem uma música, acho que O Portão, de Roberto Carlos, expressa de modo bem preciso esse regresso.

E é isso. Um abraço a quem estimo!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Here comes the Sun

Frio intenso e um solaço de dar gosto na rua: eis a bela Porto Alegre hoje. Nada melhor que lembrar dessa música, linda que só!

Pessoal, prometo que voltarei a postar com regularidade. Por enquanto, tá difícil de conciliar tudo. Enfim... sun, sun, sun, here we go!

sábado, 11 de julho de 2009

O fax do Nirso

(recebi em e-mail; julgo "curioso"):

+ + +

UM GERENTE DE VENDAS RECEBEU O SEGUINTE FAX DE UM DOS SEUS NOVOS
VENDEDORES:

''SEO GOMIS, O CRIENTE DE BELZONTE PIDIU MAIS CUATRUCENTA PESSA.
FAZ FAVOR TOMÁ AS PROVIDENSSA..
ABRASSO, NIRSO.''

APROXIMADAMENTE UMA HORA DEPOIS, RECEBEU OUTRO:

''SEO GOMIS, OS RELATÓRIO DI VENDA VAI XEGÁ ATRAZADO PROQUE TÔ FEXANDO
UMAS VENDA.
TEMO QUE MANDA TREIS MIL PESSA. AMANHÃ TÔ XEGANDO.
ABRASSO, NIRSO.''

NO DIA SEGUINTE:
''SEO GOMIS, NUM XEGUEI PUCAUSA DE QUE VENDI MAIS DEIS MIL EM BERABA. TÔ
INDO PRA BRAZILHA.
ABRASSO, NIRSO.''

NO OUTRO:
''SEO GOMIS, BRAZILHA FEXÔ 20 MIL.. VÔ PRA FROLINOPOLIS E DE LÁ PRA SUM
PAULO NO VINHÃO DAS CETE HORA.
ABRASSO, NIRSO.''

E ASSIM FOI O MÊS INTE IRO. O GERENTE, MUITO PREOCUPADO COM A IMAGEM DA
EMPRESA, LEVOU AO PRESIDENTE AS MENSAGENS QUE RECEBEU DO VENDEDOR.

O PRESIDENTE ESCUTOU ATENTAMENTE O GERENTE E DISSE:
''DEIXA COMIGO, QUE EU TOMAREI AS PROVIDÊNCIAS NECESSÁRIAS.''

E TOMOU...

REDIGIU DE PRÓPRIO PUNHO UM AVISO E O AFIXOU NO MURAL DA EMPRESA,
JUNTAMENTE COM AS MENSAGENS DE FAX DO VENDEDOR:


"OS PHD DO ÇETOR DE MARQUETINGUE DA IMPREZA KI NUM MOSTRÁ CIRVIÇU TÃO
DIMITIDO ÇUMÁRIAMENTI, INCRUSIVI O GOMIS. MOTIVU: DIPROMA DIMAIS,
CUMPETENÇA DIMENUS! A PARTI DI OJE NOIS TUDO VAMU FAZÊ FEITO O NIRSO. SI
PRIOCUPÁ MENOS EM ISCREVÊ SERTO, MOD VENDÊ MAIZ.
ACINADO, O PRIZIDENTI

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Olha

Essa é linda e me parece, sabe Deus o porquê, que foi feita para um dia frio e nublado. :)

Bjos, abraços e bom findi!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Perdigotos de sabedoria

Só para constar: estou no Twitter (e, ultimamente, acho que estou mais por lá que por aqui). O link está do lado, nos Contatos para Shows.

RickRoll'D

Pra quem achava que algo não poderia ser cafona, eis a prova! Pior é que eu gosto...!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Chove em Porto Alegre.

Chove em Porto Alegre.

Sim, com ponto final. Chove em Porto Alegre. É uma frase de início e fim, com início de garoa e fim de pé molhado. Chove.

Aprendi que isso era uma oração sem sujeito. Como assim, “sem sujeito”? Só porque meu nome não está ali? Há sujeitos, sim; eu, inclusive! Chove em Porto Alegre, e EU molho meu pé, vou trabalhar enfrentando um trânsito caótico, fico o dia inteiro com a sensação de que cheiro a cachorro molhado e sofrendo de sem-gracisse, uma letargia do demônio para atuar.

Mas não há sujeito em “Chove em Porto Alegre”.

E, se não há sujeitos, não há direitos. O Direito surge aos sujeitos.

Preciso que pare de chover, pelamordedeus!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Perséfone

Tipo assim, ó, antes de falá da Perséfone, eu vô falá do pai dela, o Zeus, só pra gente tá ligado como é que era a família dela e vê que a parada não era tão moleza assim.

Zeus era o cara. Ele era o que mandava nos deus tudo, mandava nos home, nas mulhé, nos bicho e, se quisesse, inventava até uns monstro pra podê mandá neles. Ele era casado com a Deméter, que era gente fina, mas era aquelas mulherzinha que só reclama, tá ligado?, aquelas que fala “ai, amor, a tornera da cozinha tá pingando”, “ai, amor, busca pãozinho na padaria” ou “ai, chuchu, como tu tá fedendo”. Ela era assim, bonitinha, mas ordinária. Acho que ela era a única que aguentava ele, porque ele era da cabeça virada, comia as mina tudo e tava poco se lixando pro que diziam dele.

E não é que o cara acaba tendo uma filha gostosa? Pô, mano, a filha dele era mó gostosa: corpinho em dia, peitinho durinho, bundinha arrebitada, bem branquinha, com o cabelo claro e cacheado, dessas que só aparece nos sonho e nos filme americano dos raiskul-miusical. Cara, a mina era uma loucura, e a urubuzada caía em cima, porque a pinta era gostosa, mas não era fazida, e isso que nem tinha virado mulher e já era tudo isso.

Mas então, mano, a mina ainda era adolescente, sei lá, uns 16 aninhos, mas já mostrava que veio ao mundo pra dexá véio de quexo caído, e um tiozão, o Hades, se encantô por ela. O Hades era mó estranho, se dizia deus do mundo da morte; meio punk, ele. O cara se achava todo, mas era mó vacilão, porque um loco lá, o Sísifo, botô uma coleira no pescoço dele e dexô ele preso lá um tempão e ninguém morria! Mas ele se gamô na filha do cara lá e pediu pra ele pra liberá a mina pros mano, porque a mina era gostosa e ele ia tratá dela como uma deusa, ia botá num trono e fazê que ela fosse cuidada só com as raridade, perfume Kálvin-klain, maquiage Vitória-sícret, botinha Doltigabana e bolsa Vitorugo, que é da grife dos magnata. A mina ia ganhá tudo isso, só precisava sê mina dele, só dele, e esquecê essas parada de baladinha, quip-cúler no posto e fotinho de Orkut no espelho do colégio.

O pai da mina não era lá muito de compartilhá as coisa com a patroa e topô mandá a filha lá pa caverna do maluco esse, porque pensô “vô tê um gasto a menos e um troxa pra pagá as conta dela; não dá duas e treis e ela vai aprendê o que é bom pra tosse dela”. Daí, ele dexô o lôco casá com a mina e nem avisô a Deméter, que surtô de veiz, ficô em depressão e não cuidava de nada.

O casamento da mina não era lá o pirulito. Ela até gostava dele, mas era pirralha, não queria sabê de bimbá com o cara, e o cara lôco pra arrasá na cama com a mina, e a mina se fazia de rogada e não queria. Eu não vô dizê o que eu acho disso porque o blog do mano Samuca é um blog de família, de gente decente, não pode falá palavrão, mas pqp!, que mina que era fazida! Mas ela se deu mal, porque ele, enchendo ela de mimo, levô pra balada de be-eme-dábliu, pagô champanhe importado e, o mais importante, véio, ela comeu um baguio de romã. Perdeu, mano, perdeu! Se a mina não quisesse, que fizesse greve de fome, mas comeu o baguio da romã (tá ligado o que é romã? Aquela fruta que se come no reveiôn, pra dá sorte no ano), aí, aceitô casá. Agora, mano, mata no peito e chuta pa freinte, porque tá no time titular, vai tê que segurá o rojão.

Mas a mãe dela, a Deméter, era fazida, a lôca. Toda coitadinha, toda delicadinha, mas o passado dela não era lá uma coisa tão bonita. Antes de casá, era safada de doê, ia nos baile funk de saia pra podê derrubá os cara ou de calça atolada do rêgo e sem calcinha. Daí já viu, mano, a pinta enbarrigô e nem sabia de quem era, e daí deu a criancinha pra mãe dela, eu acho; eu sei que ela não ficô com a criancinha, porque disse que era novinha e que queria rebolá e saí com os cara. Quando se apaixonô pelo Zeus, se fez de menininha do papai e o cara acreditô, e ficô do jeito que tá. Só que a criancinha cresceu e deu otra baita gostosa, a Despina, mas que se mordia da Perséfone. Enquanto a Perséfone era lorinha e toda meiguinha, a Despina tinha cara de safada e um corpão de matadora, com aquele olhar de matadora, tá ligado, mano? A mina era morenona, com um bundão de cinema e os peito de bondiguél, digna de botá rôpa de couro colada nos coxão grosso e dexá os lôco tudo torto de tesão; ó, só pra encurtá a história, mano, uma era um anjinho, dessas que a gente qué pra casá e tê um monte de filho, e a outra é das que a gente qué pra doze hora de suíte. Mas o que a mina tinha de boa, a Despina, tinha de recalcada: tinha inveja que a lindinha tinha casado, que ganhava calça da Gang, vestidinho do Ercovíti e umas prata manêra da Agá-isterni, que era a rainha lá do submundo e que o marido dela era caidaço pela patroa dele, e ela ficava braba e quebrava tudo, mano, parecia quando tava no barato, botava tudo pra quebrá no mundo dos mortal, se aproveitando que a mãe das duas tava de depressão, na fossa mesmo, mano, derrubada, sem a filhinha gostosa.

Daí, o Zeus não guentava mais a Deméter xaropeando “eu quero a minha guriazinha, eu quero o meu bebê, eu quero a Pê, eu quero a Pê” e foi lá falá com o cavernoso, porque a patroa dele não parava de enchê o saco e a gostosa da Despina se aproveitava e acabava com as plantação, tudo. O Hades, que é ligado, não ia dizê “não” pro chefe, e combinaram o seguinte: que a Perséfone ia ficá seis meis com eles, pra não aborrecê o poderoso, mas ele queria ficá com ela os otros seis meis, pa podê zuá, curti, essas coisa, tá ligado?

E assim ficô: a mina virô filhinha de papai por meio ano, quando continua guriazinha da mamãe, e a fazida da Deméter fica feliz e dexa tudo bonito pra filha, e nóis, os mortal, curtimo o verão, e a otra metade do ano ela fica com o cavernoso do Hades, quando ela se torna um mulherão, rainha da morte, e a mãe dela fica deprimida, escondida, e a irmã gostosuda dela acaba com tudo, e nóis fica aqui no inverno.

E tem gente que tem a cara de pau de dizê que não é refém dos cara lá de cima...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

No intervalo do show

Pois é, seu moço, eu tive um amor. Eu amei uma moça linda, loira de olhos verdes e cabelos cacheados. Áurea era o nome dela. Foi uma paixão linda, daquelas que se consomem de fio a pavio.

Conhecemo-nos por acaso, na casa de uns amigos. Todos contentes, aprovação das três filhas do anfitrião para estudar no Liceu, e eu vi a moça ali, de rosto liso, de cabelo lavado, de perfume de verão. A brisa lhe movia os cabelos de caracol, a boca carnuda balbuciava qualquer coisa que não me interessava; pouco lembro, meu filho, o tempo apaga o que não é importante para que a gente se lembre do que precisa, né?

Qualquer coisa que ela me dissesse, se fosse para mim, seria importante. Mas achei que nada que eu dissesse seria importante para ela: o que uma moça nova e bonita iria querer comigo? Na época, eu era guarda-livros – profissão odiosa, aquela – e ela devia fazer algo importante; sei lá, professora, talvez.

Pois se não era professora, deveria sê-lo. Tinha pinta de professora. Com um nariz bem afilado e um óculos redondo, bem pequenininho, de metal dourado – porque antigamente não era como hoje, que tem óculos de tudo que é jeito; eu lembro quando eu fui levar minha guria pra aviar os primeiros óculos dela, ou era um óculos de metal (que ela achava cafona, mas eu gostava), ou era de um plástico preto (acho que era um tal de acetato, que meu guri dizia que era “pra frente” usar óculos de matéria plástica).

Dançamos de par, ela e eu, naquele jantar. Pobrezinha, ela estava envergonhada com a saia dela, que amassou; dizia-se menina arteira, dessas que ficam saracoteando por aí. Eu, todo aprumado, tirei a moça. Foi a minha glória. Como estava toda nervosa por causa da saia de linho, eu prometi para ela que eu imaginaria que ela era uma princesa de um reino qualquer, mas que tinha pedido uma saia emprestada para uma prima e que, no afã de logo chegar àquele baile, acabou não se dando conta; mas que tava amarfanhada, tava, bixo, tava toda ruim, parecia que um boi tinha mascado aquela saia.

...

Não, guri, nunca mais a vi, mas aquela noite foi linda. Ela sabia que eu nunca mais a veria, eu também sabia que era a única vez que trocaríamos olhares, mas eu não dava bola pra isso, nem ela, nem ninguém. Ninguém dava bola.

...

Não, a gente não fazia nada com as moças antes de casar. Ou se era honesto, ou não, já dizia meu finado pai, que Deus o tenha em Sua glória. Mulher era pra casar ou pra farrear. Nunca fui de farra. Então, aproveitei tudo o que pude naquela noite, naquela sala, naquele jantar, naquela dança.

...

Eu olhei bem nos fundos dos olhos dela. Disse para ela, só com o olhar, “eu te desejo”. Ela me respondeu com as bochechas, bem rosadas, que me disseram “eu gosto disso”. Depois daquela primeira troca de olhares, não falamos mais nada.

...

Foi bom, foi muito bom. Tivemos uma viagem a dois, uma noite mágica, de carinho, de ternura, de enlevo. Ela dançava como poucas mulheres que vi – e olha que já dancei um bocado; antes das minhas primas casarem, eu era o par delas, porque meu tio era muito bravo e me pagava pra ir nos bailes com a Henriqueta, a Aurélia e a Carmem Lúcia, as filhas dele, e eu gostava, claro, porque ganhava dinheiro só pra ir lá, botar banca e enxotar os moleques que ficavam na volta; claro que eu deixava os caras darem uma olhada, dançarem um pouco com elas, mas nunca deixei que se passassem com elas, nunca, até porque se eu deixasse, meu pai me daria uma coça que eu nunca mais esqueceria e não filaria mais essa boquinha de ganhar pra ir nos bailes. Tinha que ser malandro antigamente.

...

Relação? Que é isso, comandante? Isso é papo de careta. A gente aproveitava, se olhava, se amava assim; e era bom, me fazia bem, me deixava com o coração cheio e enchia o coração das moças. Isso podia. Não era pecado, e eu sei que não era porque eu perguntei pro Padre Vitório, meu confessor, o padre da capelinha do lado da casa do Seu Fidélio, que era muito amigo do meu avô; eu disse pro Padre Vitório que eu olhava bem no fundo dos olhos das garotas e tentava enxergar o olhar delas, porque eu queria encontrar aquela que quisesse, lá no fundo do olhar, encontrar alguém como eu.

...

Achei, sim, e fui muito feliz com ela, mas eu te conto outra hora, tá? Tu não me leves a mal, mas eu tenho que continuar a apresentação; sabe como é baile de velho: todo mundo tem que sair cedo pra ir dormir logo e não ficar com arritmia, pra tomar remédio da pressão, pros filhos não ficarem enchendo o saco e deixarem o povo sair, essas coisas. E eu não posso falar muito, não cozinho na primeira fervura, e se eu ficar falando muito aqui, a voz se cansa. Então, meu amigo, nós nos encontramos num outro baile da vida. Até mais. Vou te dedicar, a ti e à Áurea, o primeiro bolero de agora.

...

Senhoras e senhores, a boa música recomeça, lembrando dos amores que tivemos; mando essa canção ao meu amiguinho, guri, que nos prestigia hoje, e a um amor que tive, desses que só conhece quem sabe o frio da barriga do cortejar:

Nadie comprende lo que sufro yo...

Crise do meio do ano

Estou convivendo com as palavras do Raul: “eu devia estar contente por ter conseguido tudo o que eu quis, mas confesso, abestalhado, que eu estou decepcionado / porque foi tão fácil conseguir e agora eu me pergunto "e daí?"; eu tenho uma porção de coisas grandes pra conquistar e eu não posso ficar aí parado

Não que minha vida seja fácil, linda ou algo que o valha; demorei algum tempo para conhecer alguns luxos que a vida oferece, e isso porque nem sempre vi à minha frente as melhores condiçoe$ para tocar todos os sonhos que almejei. Tá, nunca fui completamente Pelado (com P maiúsculo, pois com minúsculo, posso dizer que fui), mas consegui fazer valer a pena minha formação acadêmica e meu conhecimento geral. Tá, e daí?

Sei lá. Ando meio injuriado da vida. Mais uma vez sou socorrido pelo parceiro do mago: “eu devia estar feliz pelo Senhor ter me concedido o domingo pra ir com a família no Jardim Zoológico dar pipoca aos macacos / Ah! Mas que sujeito chato sou eu, que não acha nada engraçado, macaco, praia, carro, jornal, tobogã, eu acho tudo isso um saco”. Fui, vi e venci. Naveguei por precisão, desafiei as procelas por necessidade. Tá, e daí?

Fim do curso de Direito. Permitindo o Grande Arquiteto do Universo, 21/01/10 é o dia da cerimônia. Bel. Samuel Aguiar da Cunha, o Sami da mamãe, o bichinho da goiaba da titia, o guri do pai. Tá, e daí?

+ * + * +

Aprendi no Direito que há duas coisas a se pensar quando se atua no Judiciário: uma é o Direito material, aquele que diz que é crime matar, que dá direito de herança aos filhos ou que obriga o desgraçado que nos bate no para-lama pagar o conserto; a outra é o Direito processual, que é o modo como eu vou reclamar isso. Assim, não há que se falar em procedimentos judiciais sem direitos a reclamar. Isso é basilar, primordial.

Acontece que o advogado, que quer vencer a qualquer custo, muito usa dessa artimanha – olhar o processo ensimesmado – para pedalar sua demanda, mandando para o-raio-que-o-parta a discussão material. São essas coisas que fazem com que a população se enoje da conduta de certos juízes, que não dão aposentadoria às velhinhas porque o processo não foi bem defendido, ou que inocentam os suspeitos por firulas.

Pois é. Não raro acabo me sentindo um meio, e não um fim. Não é de hoje, confesso. E não posso reclamar. Muito acho que a vida é assim mesmo. Droga de vida.

+ * + * +

Michael Jackson era famoso porque dançava da frente para trás ou dançava da frente para trás porque era famoso?

A pergunta conduz a erro: a primeira acepção da conjunção (famoso porque dança) joga como primário, no ritmo lógico, a situação de dançarino, e, como consequência, a fama; na segunda assertiva (dança porque é famoso) joga a fama como antecedente à dança. Contudo, nenhuma das duas lança os olhos ao fato de que Michael Jackson é, independente de ser famoso ou dançarino.

Será que meu olho está se acostumando a ver funcionalidades ou nós só valemos o quanto pesamos?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Geração Xuxa

(Juremir Machado da Silva)

Passei anos procurando um culpado para o miolo mole dos brasileiros das últimas gerações. Inclusive o meu. Sempre soube que o Rio Grande do Sul havia contribuído para transformar o Brasil num celeiro de figurinhas patéticas ou simplesmente bobinhas. Cheguei a imaginar que o responsável era exclusivamente o Louro José. Essa hipótese é boa, mas não dá conta do que acontece com quem nasceu antes do aparecimento do filosófico papagaio da Ana Maria Brega. Sem contar que Louro José não é gaúcho. Outro dia, lendo a Folha de S. Paulo, numa viagem de Belo Horizonte para Porto Alegre, tive a confirmação do que eu já suspeitava: a culpa é da Xuxa. Ninguém fez mais pela 'imbecilização' dos nossos 'baixinhos' do que ela.

O problema é simples: uma vez baixinho, acreditem, sempre baixinho. Até o cérebro encolhe. Xuxa sempre se apresentou como uma rainha. A mídia é monarquista. Mas, sinto muito se vou decepcionar alguns com esta revelação, ela é uma bruxa. A Xuxa é a Madame Mim. Ela acaba de inventar um menino príncipe para contracenar com sua filha, Sasha, no filme 'O Mistério da Feiurinha', que será dirigido pela ex-cineasta Tizuka Yamazaki. Sim, eu implico com a Xuxa. Acho que ela não tinha direito de chamar a filha de Sasha. A pobre menina rica vai passar a vida mascando o próprio nome. Além disso, ela quer transformar a guria em personagem de um Harry Potter tupiniquim. Qual o problema disso? Bem pensado, nenhum. Agora, se o Ministério Público mete o nariz no trabalho da menina Maísa, que é inteligente e faz papel de inteligente no programa do Sílvio Santos, devia também meter o bedelho nas atividades nocivas da bruxa Xuxa.

Faz, sei lá, algumas décadas que ela erotiza precocemente as crianças. Até aí, alguém pode dizer, nada de novo no front. As novelas fazem sacanagem ainda maior. O problema mesmo é que Xuxa transforma as crianças em chatas. Sempre com aquele ar asséptico, com aquele falso moralismo estampado no rosto burilado numa agência de celebridades, com aquele jeito de sala de espera de dentista. É isso: a Xuxa é Chata. É o meu melhor slogan. Ela aponta o seu dedo mágico e a criança vira um chatinho na hora. Ainda não se descobriu o antídoto. Sim, eu detesto a Xuxa. Ela é a grande contribuição do Rio Grande do Sul para a cultura nacional depois da ditadura militar. É uma questão de imaginário patriótico. Os baixinhos têm a Xuxa. Os altinhos têm o Louro José. Os baixinhos têm o Harry Potter. Os altinhos têm o Paulo Coelho. Precisamos realmente lutar contra as drogas.

Madame Mim não enganava ninguém. Era bruxa e se apresentava como bruxa. Honestamente. Representava o mal como referência para o bem. A Xuxa é mais perigosa. Escapou de uma festa de Halloween. Faz de conta que é o bem. Bruxa a gente identifica pelos olhos. A Xuxa é o Lobo Mau disfarçado de vovozinha. Por que esta fúria toda contra a Xuxa? Ela é como aula de moral e cívica atrasada: uma tortura. Susan Boyle é mais talentosa e bonita. Repitam comigo: a Xuxa é chata e xoxa. Xô!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Conhece as 10 vantagens dos homens feios

O jornalista argentino Gonzalo Otálora escreveu o livro Feo, algo como sua autobiografia. Ele fala de um homem que usa lentes grossas nos olhos e é desprovido de um pouco de graça.

Otálora também ressaltou em sua obra o lado bom de tanta feiura. E destacou o que chama de "Decálogo do feio". Poucas vezes me encaixei tão bem a um texto. Confere:

Não somos enganados
Jamais uma viúva negra poderá nos dar o golpe. Nós feios temos um radar. Se alguma menina linda quiser ficar com um de nós e, em seguida, desejar ir para nossa casa, isso significa que algo está errado.

Ninguém nos acusa
Nenhuma pessoa irá nos acusar de assédio sexual no trabalho. Isso é certo devido a lógica das circunstâncias.

Ninguém duvida de nossas capacidades
As mulheres lindas são acusadas de saírem com os chefes para conseguirem escalar posições. Mas, se um feio "subir" na carreira, ninguém irá duvidar de sua capacidade para tal posto.

Livre de extorsão
Muitos homens acabam pobres depois de se envolverem em um relacionamento. Impossível que a mesma situação ocorra com um feio. Ninguém vai querer se "arriscar" tanto.

Somos incomparáveis
Não precisamos vencer o fantasma do corpo perfeito, pois ninguém irá se comparar conosco.

Amor honesto
Depois de superar a primeira impressão, as brincadeiras e tudo mais, se alguém ficar apaixonado por um feio, pode ter certeza que este é o amor mais honesto de todos.

Não esperamos na porta
Não precisamos esperar para entrar em um boliche, por exemplo. Nenhum segurança quer nos ter como companhia, eles logo nos mandam entrar.

Somos atendidos rapidamente
Não sofremos com a burocracia estatal ou privada. Tal como vemos no item anterior, as pessoas nos atendem muito rápido.

Podemos economizar
Se pararmos de brigar frente ao espelho e atirarmos a balança pela janela, terminamos com a angustia e economizamos uma grana.

Salvamos o planeta
Os feios merecem o Prêmio Nobel da Paz. Dizem que aos 11 anos desapareci de casa e fui abduzido. Os extraterrestres me analisaram e disseram: "Se os humanos são assim, melhor pararmos de nos contagiar. Não convém invadir o planeta Terra". Nós salvamos a humanidade.
 

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Tenha fé, um novo dia vai nascer

Muitas novidades. Cabeça cheia de coisa. Um Diretório Acadêmico para ajudar a administrar. So help me God.

Bom findi para nós. Vou tentar escrever. Devo ainda relatos sobre a viagem e outras coisas. Qualquer coisa, estou direto no Twitter.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

terça-feira, 12 de maio de 2009

segunda-feira, 11 de maio de 2009

domingo, 10 de maio de 2009

Dia das mães!

Músicas cafonas para homenagear nossa mamãe. Como se diz em festa de aniversário, "ela merece, ela merece..."

Bom domingo a todos!

+ + +

Mamãe


Mãezinha do coração

A oração de mãe

Bonita história que recebi por e-mail, retirada daqui, e que expressa cirurgicamente o coração de uma mãe.

Um abraço à minha e a todas!

+ + +

Em uma manhã de domingo, um grupo de jovens universitários saiu em direção a uma gruta que não ficava muito longe da cidade. Levavam baralho e bebidas e pretendiam passar o dia ali escondidos, jogando e bebendo, apesar de vários deles pertencerem a lares cristãos.

Quando chegaram à gruta, escutaram o badalar de um sino que convidava os fiéis a irem à igreja, adorar ao Senhor. Jorge, um dos jovens, deteve-se pensativo a escutar aquele som. De repente disse: "eu vou voltar à cidade e vou à igreja". Os 1 amigos tentaram dissuadi-lo mas não conseguiram. Fizeram então um circulo ao redor dele, prometendo jogá-lo no rio se não mudasse de idéia. Jorge, deixando a garrafa e as cartas no chão, contou-lhes sua história. Era o filho caçula de uma família pobre. Seus pais desejavam muito dar-lhe uma instrução superior, mas não tinham recursos porque a mãe estava inválida e de cama há vários anos. Então o professor de Jorge, que gostava muito dele, comprometeu-se a pagar seus estudos. Quando tudo estava pronto para a viagem, sua mãe disse: "filho meu, sinto meu coração : quebrantado pela sua partida, porque estou certa de que nunca mais vou vê-lo novamente. Estou deixando você ir porque desejo que possa vencer na vida e ser um bom homem, culto e de valor. Seu pai não pode pagar sua viagem de ida e de volta, portanto você só poderá voltar depois de terminar o curso. E tenho certeza de que não viverei tanto tempo. Em terra estranha, você encontrará dificuldades. Tenha cuidado, busque sempre a orientação do alto. Todos os dias de manhã estarei orando por você. Aonde quer que você esteja, quando escutar o sino da igreja convidando os fiéis ao culto matutino, volva os pensamentos para este quarto, onde sua mãe estará orando por você. Adeus". Quando Jorge terminou sua história, seus companheiros desfizeram o círculo e jogaram no rio as cartas e as garrafas, dizendo: "nós também voltaremos com você e iremos à igreja". E nunca mais aqueles jovens se deixaram arrastar pelas tentações do vício, relembrando-se de seus lares, freqüentando a igreja e andando em comunhão com Deus.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Utilidade pública

Reproduzo notícia do meu cantinho no Twitter:

Desde já aviso: estarei em Pelotas de 06 a 08/maio; convites para cafezinho e/ou contrabando de doce, ligar para (51) 9966-5200.

Avisados!

Pra não dizer que não falei das flores

Não há como não lembrar da tese de Marx: "os filósofos se limitaram a interpretar o mundo; o que importa é transformá-lo". Falou bem falado.

Grande música para um grande dia!

domingo, 3 de maio de 2009

Aquellos ojos verdes

Como não havia colocado essa música antes? Antes tarde que mais tarde! Aí vai a linda peça, em duas versões magníficas. Bom domingo a todos, com saúde, força e união!

Nat King Cole



Trio Los Panchos

sábado, 2 de maio de 2009

Perfídia (II)

Sim, eu sei que já pus essa música, mas nessa versão está uma joia! Grende Glenn Miller!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

quinta-feira, 30 de abril de 2009

La rubia del avión

Essa é Cafona! Lembrança do amigo Marcel, segue desenterrada dos arquivos da existência humana.

Abraço e bom dia!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

O tamanho da nossa força

Brincando, devagarinho, a campanha rendeu $206. Deus sabe para onde foi; só digo o seguinte: foi bem ido. Que Ele nos ajude a sermos solidários, e que ajude a quem ajudamos!

Valeu, galera!

Mens sana in corpore sano

Uma das novidades: cansei-me do pânceps grande e dos braços de saracura. Matriculei-me em uma academia!

Segunda-feira, voltando de um almoço de negócios (sempre quis dizer que fui a um disso), passei no meu clube, a Sogipa, e fui conferir em pessoa qual era a parada. Sabia que o valor seria legal para sócio, que fica no caminho entre minha casa e o trabalho e que me aumenta a interação social Enfim, ventos vindos da popa me empurravam para frente.

Fui fazer a avaliação médica no centro clínico do próprio clube Chegando lá, uma morena bonita com uma pasta de estudante de Medicina estava quedada na recepção, e uma mocinha muito pequena atendia uma senhora que falava, falava, falava. Perguntei se podeeria fazer a avaliação naquele dia mesmo, ao que ouvi resposta positiva.

A morena foi para uma salinha. Logo depois, pôs o jaleco e me chamou pelo nome. Êba! Tenho sorte com médicas. Auscultou-me, verificou minha pressão e fez anamnese, procedimentos de rotina. Não gostei de uma notícia só: a pressão está um pouco alta e Michele (o nome dela é Michele) pediu que eu a verifique todos os dias. Creio que isso haja acontecido porque eu estava agitado, de barriga cheia e subira com pressa os lanços da escada que me levaram ao consultório. Depois, conversamos demoradamente sobre trabalho, erros médicos e rimos das mais variadas coisas. Gostei da moça. Toma cuidado, Cris: ou eu te troco, ou serei como um cantor de forró, que sempre vem acompanhado por uma loira e uma morena! Hehehe!

Comecei ontem. Conheci as duas instrutoras: uma, Clarice, deve me regular na idade; bem simpática, elogiou-me o tênis por ser bonito (e tive de confessar que é um dos poucos, pois só tenho sapatos); a outra, Ivanise (eu acho), é uma veterana bem enxuta, boa gente, ela. Ensinando meu primeiro circuito antes da avaliação (que será hoje, daqui a 13min), temos que sair do local porque havia UM INCÊNDIO no andar de cima. Um jumento empilhou colchões até a lâmpada, que os aqueceu. Eu me impressiono com a inteligência do povo!

Enfim, por ora, é isso. Quando fiz as ficha, ali estava meu objetivo: "hipertrofia/emagrecimento". Pela primeira vez na história desse país depois que me peguei pensando (logo, existindo) aparece para mim o termo "emagrecimento". Nem sou gordo: 1,73m, 72Kg. É barriga, mesmo, é pânceps. Daqui a seis meses, quero estar com outro corpo. Acho que conseguirei. Quem sabe, daí, as médicas da minha vida me dão uma chance...!

Bom dia a todos! Bom dia e boa sorte!

I'll find my way home

Só para manter o bom nível. Bom dia a todos!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Extra! Extra!

Estou de volta e, com isso, tenho muita coisa para contar. Para não ser enfadonho, farei a revista dos fatos no meu estilo clássico, em doses homeopáticas. Vale registrar: sangue, suor e lágrimas podem ser registradas!

Até mais!

domingo, 19 de abril de 2009

Argentina!

Desculpa, gente, estou longe do blog há alguns dias. Cheguei hoje na Argentina para uma viagem acadêmica. Tempo pequeno, tiro curto. Como nos aliançamos para compartilhar as fotografias, depois as colocarei no blog. Cenas dignas de risadas!

¡Hasta luego, amigos!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Ya ya

Pra começar a semana arredando o tapete e sacudindo o pânceps!

Bom dia a todos!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Amicus est

Compartilhar pequenas felicidades:
Café, chimarrão e cerveja...
Banalidades e segredos...
Lugares e pensares...
Amigos e sorrisos...

Compreender a importância de acontecer algo desejado há muito tempo.
Não agir como se achasse que não é merecido.
(Respeitar sentimentos...)

Nem tudo é sobre estar certo ou errado.
(A vida não é uma prova de V ou F.)
Muito menos sobre concordar sempre.
(A liberdade não permite aos outros discordarem de você também?)

Precisar e permitir que precisem do seu apoio.
(Existem coisas pesadas demais para se lidar sozinho...)
Às vezes, basta dizer que, apesar da situação parecer ruim, tudo vai ficar bem.
(Aceitar a responsabilidade de ser alguém importante o suficiente para isso.)

Encarar uma conversa franca e “esgotar a pauta”, sem “caraminholar”.
(Não esperar adquirir proporções maiores do que deveria.)
Iniciar uma nova edição, revista e atualizada.
(Não deixar um contratempo apagar todo o arquivo das coisas passadas.)

Descomplicar o que parece ser complicado.
(Rir do insólito: Qual é o problema, afinal?)

Deixar, e deixar-se, querer bem, mesmo quando não parece ser fácil.
(Nada é perfeito e a vida é muito curta para se perder tempo remoendo coisas.)

Amicus est frater electus, o destino os traz e eles simplesmente são,
é só não querer perdê-los, nem jogá-los fora pelo caminho.

+ + +

Excelente texto da Simone Sta. Helena. Convido (e peço) que passem no blog dela e comentem a pérola que a pena dela produziu!

quarta-feira, 8 de abril de 2009

O segundo sol

Sei que nada acontece sem que Deus permita, e tudo tem seu tempo determinado, mas tem gente que vai embora cedo demais. Cássia Eller é uma delas.

Sangue latino

Admito, acho Ney um tanto quanto estranho, mas sua musicalidade é incrível!

Das tripas, coração

Ouvi inúmeras vezes minha mãe dizer isso quando eu era pequeno. Um esforço hercúleo, uma tarefa terrível, uma prova medonha, nada disso era tão dramático quando "fazer das tripas, coração": depois do terceiro ano fundamental, eu entendi em profundidade o que queria dizer aquilo: embora não seja clinicamente viável fazer isso, eu imaginava uma gambiarra enorme, composta de um emaranhado vascular (plenamente operante), com suas explicações, como se falassem para mim "sou um duodeno, mas estou quebrando um galho de ventrículo esquerdo".

Poucos podem dar continuidade à vida sem aquela pontinha de preocupação com o amanhã financeiro, com esse dinheiro vendido no grito nessa bolsa que não se carrega. Dos que naturalmente já se viravam, hoje estão bulindo seus ânimos para lutar nesse desafio que é a subsistência.

"Fazer das tripas, coração", para mim, é lembrar do memorável Tempos Modernos, do grande Charles Chaplin. No enredo, o coitado foi mecânico, meliante, vigia noturno, agitador político, drogadito, garçom e cantor. Como não sabia cantar, pediu ajuda para a amiga, que escreveu a letra da música nos punhos; como desgraça pouca é bobagem, sofreu um grande revés, mas conseguiu. Conseguiu? Vê e descobre.

Aos assoviadores-e-chupadores-de-cana, um grande abraço e uma excelente quarta-feira, com direito a alegrias e sucesso!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Ponta de areia

Beatriz

Cravo e canela

Fé cega, faca amolada

Lágrima do sul

Bola de meia, bola de gude

Travessia

Overdose Milton Nascimento!

Desde domingo, Milton Nascimento me anda rondando a cabeça. Nada melhor que uma overdose dele para uma terça-feira poética!

Bom dia a todos!

sábado, 4 de abril de 2009

Sobre as fotografias e o fografar


Tu não tens a impressão que, hoje, a reprodução fotográfica é banal, com todo mundo com sua câmera e zilhares de fotos nos pê-cês, celulares e coisa e tal? Sei lá, lembro das meninas da escola nos passeios de escola com suas camerazinhas, ganhadas ou emprestadas, tirando fotos e fazendo cartazes de cartolina dos animais no zoológico, das agendas coloridas de retratos e das imagens presenteadas pelas amigas imortais umas às outras.

Embora não seja uma representante do sexo feminino, também tive uma câmera (homens também podem retratar); quando ela ficou de meu uso exclusivo, já era ultrapassada há muito, mas ainda funcionava. A máquina não tinha flash próprio, precisando-se colocar um MagiCube para retratar em ambientes internos (fora aquela alavanca para passar o filme, acondicionado em um cartucho inteiriço). Não tínhamos muitas condições de retratar tudo, fotografávamos apenas o essencial, e o fazíamos duas vezes "para garantir" a perpetuação daquela imagem num papelucho quadriculado, em que, algumas vezes, a casa que revelava punha até a data (mês/ano) da fotografia. Isso é coisa de museu, mas vivi essa época.

Parece que temos a ânsia de deixar o mundo estático com as fotos; entretanto, gosto dele assim, correndo pelos dedos, mas deixando uns restinhos da sílica nas dobras das falangetas, só pra contar que ele passou por mim. Só assim as fotos têm sentido: elas não são, elas estão sendo.

Gosto das imagens em preto-e-branco, elas não retratam um momento, apenas ilustram uma vivência. Não gosto de filmagens, pois pouco se percebe nelas. A vida não foi feita para ser estática, sei disso, mas cada pedaço dela forma um todo; eis o fenômeno do fotografar: olhar o simples, mas olhar o além. É um olho que não apenas , mas percebe.

Pra não ver você ir embora

Espero que as gerações futuras não pensem que o Créu existiu desde sempre. Uma boa música para um bom findi!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Sapore di sale

A paixão é cafona, mas é tão bonitinha...! Eu gosto, tanto da paixão quanto da música.

Gino Paolo, Canta aquela!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

terça-feira, 31 de março de 2009

Ride of the Valkyries

Estou saindo do setor em que trabalhei 1 ano, 9 meses e 15 dias; que Deus me ajude na nova tarefa!

segunda-feira, 30 de março de 2009

sexta-feira, 27 de março de 2009

Pra ser sincero

Gosto do arranjo. A moça sabe escolher seus músicos (fora quando passou pelos Tribalistas, que, cá entre nós, não acho de todo ruim).

Marisa, fecha a semana, por favor, mas Canta aquela!

Dois rios

Disse a um professor chamado Samuel, que conheci num evento: "Samuel não é nome, é marca!". Ele adorou.

Mas é verdade. Vede Skank: quem é que dá a cara da banda?

Mandavê, Samuca!

You are the sunshine of my life

Como via numa novela infantil, isso é tão romântico...!

quinta-feira, 26 de março de 2009

Novo colega de trabalho

Segundo a Ana Cláudia, Gerente de Administração, o nome seria Mikhail; como não tenho vergonha de usar os bons exemplos, acompanho o pensamento da Fran e o nome dele é Petisco (pois, quando crescer um pouquinho, será Churrasquinho, e quando ficar bem grande, será Espeto Corrido).

(tirado da minha sala)

(se eu tiver bom humor e paciência, eu escrevo a saga do Petisco um dia!)

Bach - Suíte para Violoncelo No.1 (Prelúdio)

Entre a balança e a espada

Entre a balança e a espada

Há duas “versões” para se retratar a guardiã da justiça: uma é a deusa latina Iustitia, que tem os olhos vendados e empunha com ambas as mãos o gládio sagaz e pronto para o uso; para ela, a simples arguição dos problemas levaria à solução; escreveu, não leu, o pau comeu era o pensamento romano, e a retórica e a erística seriam as artes que conduziriam o julgador. E era isso: os reclamantes se postariam perante o juiz, desfiariam suas ladainhas e ele diria o que sentia do caso (e daí vem a palavra sentença, que vem de sententia / sentire). Pronto. Dura lex, sed lex. A lei é dura, mas é a lei. O outro modo de apresentar a protetora divinal é como Diké, a grega, que tem consigo um par de pratos de uma balança desnivelada e uma espada apontando para o chão, e contrariamente à maninha mais nova, os olhos estão muito bem abertos; não é impulsiva, mas coloca tudo na sua libra, e aguarda até que o fiel da balança chegue ao centro: se Iustitia procura quem tem mais razão, Diké procura equalizar as coisas que lhe vêm às vistas para, depois disso, usar da arma como coerção ao seu imperativo. Não é à-toa que Aristóteles pregava uma igualdade no conteúdo, e não apenas na forma, dando o igual aos iguais e o desigual aos desiguais, segundo a medida de suas desigualdades.

Todo operador do Direito tem uma vocação para “paladino da justiça”. Eu não me escapo disso. Penso nas poucas-vergonhas que o mundo expõe e penso que se devem exterminar todas as contrariedades ao cumpra-se da lei. Mas nem sempre é tão simples assim.

Exponho um caso bem simples e direto. No centro da cidade, é comum encontrar indiozinhos cantando e batendo violão; mendigando, em resumo, pois não creio que seja uma manifestação cultural o fato de passarem o dia ali, brincando com cavacos e gravetos, com as mãos estendidas aos transeuntes em formato de conchas, nada falando e tudo dizendo. Enfim, há filhotes dos habitantes nativos da Pindorama na calçada em que caminho. Ali estamos, eles e eu.

Se fossem meros filhotes, bichinhos indefesos, bastaria reclamar à Sociedade Protetora dos Animais. Ó, tem um bichinho ali, e pronto, recolhe-se o animal. Poderíamos chamar o pessoal encarregado pela prevenção e erradicação de zoonoses, para que cuidássemos da criaturinha. E daí, que mais faríamos? Um mais piedoso poderia levá-lo para casa, dar comidinha e colocá-lo no retrato da família enquanto a morte não ceifasse a alegria do companheiro. Poderíamos fazer tudo isso se fossem animais; mas não são animais, são pessoas como eu, como quem lê essas linhas, como quem deve (ou deverá, ou deveria) cuidá-las.

E o que fazer com esses infantes? Anos atrás, eu mandaria tirar dos pais, pôr para adoção, prender os genitores por não usarem do poder familiar (e das condições que têm), e estufaria o peito com orgulho simiesco, dizendo cumpri o meu dever. Não consigo mais ver isso; há tantos arranjos familiares, há tantos matizes nas cores da vida, que não sei mais bem o que pensar a respeito.

Lembro que minha avó paterna contava que fazia pé-de-moleque para os guris (a saber, meu pai e meus dois tios) venderem durante os jogos de futebol de um estádio que ficava próximo de onde moravam. Eram pobres, sim, mas isso não lhes era desonroso. Meu tio e dindo, o mais empreendedor do grupo, começou a vender tangerina, laranja, alface, essas coisas, e foi fazendo o dinheirinho da família. Essa era a realidade de 40, 50 anos passados. Paro e penso nas pessoas que colocam seus filhos ao seu lado, amparando no trabalho e sendo seus grandes parceiros; acho bonito isso. Claro, é doído e lamentável não lhes facultar as condições de desenvolvimento pleno, com estudo, esporte, lazer, cultura, mas não sei se tira-los do convívio familiar e mandar ao raio-que-os-parta também é problemático.

É fácil achar respostas, difícil é perguntar honestamente. A situação entre esses pequeninos é real, concreta, líquida e certa, como eu diria na Academia; agora, a que problema eu a conduzirei? Que Deus me ajude a olhar primeiro ao direito, depois à lei, para que eu não queira a cegueira da justiça, ou só apenas o brandir do gládio para a persecução do seu mister, mas que eu olhe bem a que o fiel da balança me conduzirá. Se projetos sem ações são meras quimeras, ações sem projetos são demonstrações da pequenez humana.

Agora, não posso encerrar sem lembrar a sábia oração: Senhor, dá-me a serenidade para aceitar as coisas que não consigo mudar, coragem para mudar as que eu consigo e discernimento para diferenciá-las umas das outras. Que assim seja!

Deu pra ti

... baixo astral / Vou pra Porto Alegre, tchau!

Parabéns à minha cidade, 237 anos de lutas e alegrias. Até quem é filho por adoção (como Kleiton e Kledir) é apaixonado por aqui. A quem não conhece esse canto, espero que venha me visitar!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Tragedy

Essa á pra tirar a Glostora da gaveta! Bee Gees, grande trio!

Layla

Eric Clapton é um grande músico, não há o que se contestar. Lamento por ele: eu, volta e meia, confundo-o com o nada em haver com o Elton John!

terça-feira, 24 de março de 2009

Pôxa

Pouco a dizer, muito a expressar: grande música!

Year of The Cat

Eis uma música que gosto; gosto gostado, como diria minha avó. É lunático, um rock meio cafona, mas excelente, fora o solo do sintetizador. Vale a pena de ser ouvido e ganhar a terça-feira.

Bom dia para nós!

O acidente

É o que dá crescer com doméstica! Nada contra a classe trabalhadora, muito pelo contrário, mas sei cantar grande parte (quiçá TODO) o repertório do Amado Batista! É mole ou quer mais?

É Cafona (não sei se gosto) e dou risada de lembrar!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Por quem lutar

Precisei levar documentos a um prédio no centro de Porto Alegre. Prédio medianamente grande, com 16 andares, várias salas. Como fui a trabalho, pus o crachá, mesmo que estivesse sando de casa: preferi ficar e levar diretamente, pois seria desperdício de tempo ir a Sapucaia, perder uma hora de viagem no metrô, e empregar mais uma hora e meia em carro oficial para vir e voltar de um local que dista alguns minutos de ônibus de onde resido.

Cheguei, entreguei o material necessário e saí, levando mais tempo no elevador que com o pessoal; tiro rápido, entreguei e me fui. Caminhei à estação de trem, o dia continua e o trabalho não é pouco. Ainda estava a trabalho, mesmo que de mochila às costas e caminhando no meio de uma manhã ensolarada; segui, com o crachá no peito e com o passo de quem tem algo a fazer.

Comecei a passar pelo comércio em geral, mas principalmente por lojas de roupa simples, barata, de gente humilde e batalhadora; todas estavam vazias, a despeito dos convites das moças bem apresentadas, com suas bocas altissonantes e mãos aplaudindo. O povo que passava estava ocupado, assim como eu, e não poderiam dar 15 minutos para uma camiseta, ou uma blusinha, ou algo que o valha.

Notei, ainda, que dois acessórios eram presença constante nas mãos das mulheres transeuntes: numa, a bolsa, símbolo-mor da feminilidade e da versatilidade das musas da pós-modernidade; e noutra, uma pastinha, pastinha simples, dessas de carregar e proteger folhas. Já sei do que se tratava: eram os currículos nas mãos das senhoras e senhoritas. Ou seja, não estavam indo trabalhar; antes, queriam algum trabalho.

Umas, com o corpo esguio e com as curvas da silhueta ainda bem definidas, e outras, com a experiência estampada nos traços da face e raiada aos cabelos, mas todas buscando o mesmo ideal, um sossego às suas prioridades financeiras – e não apenas às suas, mas provavelmente daqueles todos que com elas dividem o teto e a vida.

Também havia homens circulando, muito menos que mulheres, mas havia. Jovens magrelos empunhavam mochilas cheias de sonhos, em busca de uma inserção nesse mundo avassalador, nesses tempos modernos, em que todos nos assemelhamos aos peixes da Semana Santa, valendo o quanto pesamos. Vi moças seminuas, ofertando o prazer dos varões à custa do repúdio do próprio corpo; vi crianças cantando suas melodias étnicas como instrumento de comoção dos que passavam; vi pobres oferecerem dinheiro aos pobres, espoliando pessoas que nada têm (assim como esses mesmos arautos nada têm) em favor daqueles que têm, e tê muito.

Vi a guerra do pobre contra o pobre; quem resiste, fica só; quem não consegue, alia-se ao poderoso proprietário. Será que foi para isso que nascemos

Não me considero um adepto das ideias de esquerda, Deus sabe disso; contudo, pego-me a pensar o que seria do meu Brasil quando não baixássemos a cabeça aos juros abusivos dos cartões de crédito, ou, bem mais além, se não nos curvássemos diante do consumismo e a ele não prestássemos a veneração que a mídia catequiza como sendo-lhe devida.

Qual é a necessidade de cada brasileiro ter um celular, mesmo se não pode ligar por falta de créditos e se não recebe ligações? De que adiantam os empréstimos a um povo que tomará mais empréstimos para quitar seus empréstimos, e que pedirá mais empréstimos para quitar os empréstimos seguintes, e que empenhará as alianças para quitar mais empréstimos, e que mal sabe que penhor também é um empréstimo, e que fará empréstimo para recuperar as alianças, e mais um empréstimo para fazer a ceia de Natal, contando com o décimo-terceiro, e que pede “uma graninha” ao cunhado, faz um “fiado” no armazém, paga as prestações dos financiamentos do carro usado (que não consegue manter abastecido e com as manutenções em dia) e do celular sem cartão e sem utilidade, que de adiantam?

Permitiu o Pai das Luzes que eu seguisse no ramo das leis; tenho um dever sobre os ombros, que é o de alertar os meus irmãos a não caírem nas armadilhas diárias da vida. Assim costumam fazer os pais, mandando os filhos mais vividos à frente dos manos ingênuos, para lhes cuidar as pegadas. Assim espero poder fazer.

Se o Direito não olhar para as vidas a quem se destina, para nada nos serve; não criaturas do sistema: somos seus criadores! Fizemos tudo para que alcançássemos um bem-estar inatacável. No momento em que todos nos vermos assim, como ingredientes importantes nesse bolo social, saberemos fazer valer nossa voz. Enquanto esse momento não chega, ainda tenho muito o que fazer.

Levantemo-nos, como construtores sociais, para alicerçarmos uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais solidária, para que a beleza do verso seja a plena realidade: “do Universo, entre as nações, resplandece a do Brasil”.

Retalhos de cetim

MPB sempre cai bem, ainda que seja um pouco dolorida no cotovelo!

Grande Benito Di Paula! Alguém mais lembra dessa música?