quarta-feira, 28 de novembro de 2007

OAB, aí vou eu!




Recebi, em 20 p.p., a identidade de Estagiário de Advogado da Ordem dos Advogados do Brasil, conselho seccional do Rio Grande do Sul. Não pretendia divulgar a foto, mas prometi ao Pr. Wagner Araújo que assim faria (a rogo dele).

Acompanhei, durante esse semestre, algumas audiências nos Foros Central e Regional do Quarto Distrito. Apaixonei-me com o clima, a atividade, a forma cordata com que os nobres operadores do Direito se conduzem... Quero ser um operador do Direito! É uma tarefa complicada, admito; todavia, alguém deve fazê-la, e creio poder contribuir nesse mister.

A todos aqueles que estão torcendo por mim, meu reconhecimento e gratidão. Dentro em breve, convidarei-os para um cafezinho no meu escritório. Enquanto isso, se alguém quiser ir a uma cafeteria comigo, não ficarei nada triste!

Saúde, força e união!

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Contigo Aprendí

Contigo aprendi
que existen nuevas y mejores emociones
Contigo aprendi a conocer un mundo nuevo de ilusiones
Aprendi
que la semana tiene mas de siete dias
a hacer mayores mis contadas alegrias
y a ser dichoso yo contigo lo aprendi.

Contigo aprendi
a ver la luz del otro lado de la luna
Contigo aprendi
que tu presencia no la cambio por ninguna
Aprendi
que puede un beso ser mas dulce y mas profundo
que puedo irme manana mismo de este mundo
Las cosas buenas ya contigo las vivi
y contigo aprendi que yo naci el dia que te conoci

(Nelson Ned)

+ * + * +

Àquela, cujo perfume adoça minha vida, meu sentimento: amo-a!

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Encontro de cúpula

Já não era sem tempo. Deus convocou um encontro de cúpula com Luiz Inácio e Hugo Chávez. O venezuelano impôs uma condição para comparecer: a ausência do rei Juan Carlos. Luiz Inácio pediu que Deus admitisse ser brasileiro e que nunca na história da humanidade um presidente foi tão abençoado. Para evitar maiores altercações, embora aborrecido, Deus concordou. O problema maior foi o local da reunião. Deus queria um campo neutro. Sugeriu a Argentina. Os jornais de Buenos Aires deram manchetes: Deus propõe encontro no céu. Não houve acordo. Luiz Inácio preferia São Bernardo para aproveitar o fim de semana em casa e ainda poder ver o jogo do Corinthians contra o Grêmio na TV. Chávez sugeriu dois lugares purificados para o debate: Cuba ou Bolívia. Alegou que Fidel Castro estaria precisando de uma conversa com Deus para decidir o seu futuro. De Deus.

Um tanto desinformado sobre a política latino-americana, Deus cometeu uma séria gafe: defendeu, na falta de outra opção, a realização do encontro em Miami, com a participação de Bush, bom devoto, filho apegado ao legado do pai e cidadão do mundo. Indignado, Chávez aproveitou para soltar a frase bolivariana que trazia atravessada na garganta: 'Por que não te calas?' Deus não gostou. Ameaçou retirar-se antes mesmo do encontro se realizar. Chávez não se deu por achado e lançou um desafio ao Ser Supremo: 'Por que não convocas um plebiscito, como eu, para ver se a população mundial quer te manter no poder?'. Luiz Inácio apenas sorria. Ao ser entrevistado sobre as conseqüência do bate-boca do parceiro Chávez com Deus, tratou de minimizar o ocorrido: 'Deus está exagerando. Chávez não fez por mal. Ele é como o time do Corinthians: não suporta pressão'.

Em determinado momento, Deus pediu uma conversa reservada com Luiz Inácio. O presidente quebrou o protocolo e aceitou falar com Deus sem marcar audiência ou verificar a sua agenda. Para quebrar o gelo, Luiz Inácio foi logo brincando: 'O Senhor é que é feliz, meu Deus, nunca precisa mudar a Constituição para renovar o mandato. Eu também queria um mandato único, né mesmo?' Deus apresentou-lhe alguns dados que, segundo os assessores divinos, o faziam ficar de queixo caído: 12,6 milhões de brasileiros continuam miseráveis, a renda média familiar do Nordeste não alcança 60 reais por pessoa, o Bolsa-Família paga no máximo R$ 112,00 por mês, outros 30 milhões de brasileiros vivem pouco acima da linha da miséria, etc. Luiz Inácio não gostou muito. Alegou que só podia ser intriga da Veja.

Ao final, Luiz Inácio propôs uma aliança estratégica: em troca de algumas sugestões suas no sentido de melhorar a política humanitária de Deus 'a nível' global, o Todo-Poderoso garantiria a transformação da CPMF em contribuição permanente. Se não desse, poderia ser provisória mesmo, coincidindo com o tempo de permanência de Deus no comando. Por fim, depois de agradecer pelas novas jazidas de petróleo, com seu velho bom humor verde-amarelo, Luiz Inácio falou assim: 'Agora, Deus meu, passemos às coisas sérias, que ninguém é de ferro: o senhor não vai deixar o Corinthians cair, né mesmo? Pense no sofrimento do seu povo.' Deus não respondeu. Foi chamado ao telefone. Era Juan Carlos querendo alertá-lo para não andar em má companhia. Chávez, disse o rei, é o Diabo em pessoa.

(Juremir Machado da Silva, no Correio do Povo, em 23/11/2007)

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Tempos idos

Se devo escrever sobre saudade, escrevo; mas do que posso sentir saudade nesse momento? Em fins de semestre, com toda a sofreguidão a que nos afadiga, há espaço para escrever sobre “saudade”?

O que é, pois, saudade? Palavra triste quando se perde um grande amor, diria certa música; presença da ausência, diria outra. Para o filólogo, não passa de um pesar pela ausência de alguém. E para mim, o que representa tal vocábulo, tão impreciso quanto outros, como “muito” e “pouco”? Estou prestes a crer que a saudade é uma lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave. Lembrança de pessoas, de coisas, de momentos, distantes e extintos (quer seja pela poeira do tempo, quer seja pela poeira da vida), lembrança acompanhada do desejo de vê-las, de possuí-las, de tocá-las novamente; uma força lânguida que nos quer aproximar e não impede de afastar daquilo que se quer bem.

Se, hoje, nesse exato instante, eu precisasse dizer do que sinto saudade, diria que é de um momento: do momento em que eu podia viver e desfrutar das coisas que me davam prazer (esclareço: algumas delas, se vivenciadas, ainda me dariam). Como era bom poder penetrar na matéria escolar, conhecer em profundidade dos assuntos que se discorriam em sala, poder se sentir impulsionado por um mundo de saber, que me mostrava um mundo de maravilhas. Satisfazia-me desfrutar da companhia de pessoas queridas, discorrendo dos mais diversos assuntos (desde as discussões políticas até os gostos pelos aromatizantes sanitários). Contentava-me as tardes de mingau Cremogema, as audições dos programas radiofônicos de notícias, o suco de laranja no desjejum. “Experiências científicas”, companheiros de aula, brincadeiras de correr e pegar; escola bíblica dominical, festas bonitas...

Acho que um pouco de mim ficou lá. Talvez não seja mais eu mesmo. C’est la vie, poder-se-ia dizer outrora; hoje, isolado por um mundo cada vez mais superficial (em todas as esferas), e a fim de ser compreendido, digo azar do goleiro, enquanto vou subindo para mais um processo de avaliação.

(escrito no final do segundo semestre de 2006, à disciplina de Língua Portuguesa II)

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Vale para Chávez, vale para Lula

Depois que Luiz Inácio Lula da Silva decretou que era "bravata" tudo o que passou a vida dizendo quando estava na oposição, o bom senso recomenda que se tomem com pinças todas as suas declarações. Podem ser desclassificadas depois, ao sabor das conveniências. É o que acaba de ocorrer com a sua tese -de resto correta- de que é "brincar com a democracia" a tentativa de seus bajuladores no PT de forçar um terceiro mandato.

Todas as declarações que Lula fez anteontem a propósito dos esforços de seu amigo Hugo Chávez para perpetuar-se no poder servem, à perfeição, para o próprio Lula.

Se ninguém reclamou de que François Mitterrand, por exemplo, ficou 14 anos na Presidência da França, por que deveria reclamar se Luiz Inácio Lula da Silva ficar 12 anos na Presidência do Brasil (ou 16 ou 20 ou até morrer)?

Claro que o argumento parte de uma premissa falsa. Mitterrand não mudou as regras do jogo com ele em andamento para permanecer 14 anos no Eliseu. A regra era um mandato de sete anos com direito à reeleição. Ponto.

Se também ninguém reclamou por Felipe González ter ficado 14 anos como presidente do governo espanhol, ninguém deveria reclamar se Lula ficar um pouco mais ou um pouco menos, certo?

De novo, a premissa é falsa. A regra do jogo na Espanha é o parlamentarismo que pressupõe, sim, reeleições indefinidas, mas com a hipótese de um voto de desconfiança derrubar o governante até no primeiro ano, sem qualquer trauma, o que não acontece no regime presidencialista.

Ao contrário do que diz Lula, o problema não é "a continuidade". É, entre tantos outros, mudar a regra do jogo depois de ter jurado defendê-la. Mas, como se viu desde que renegou todas as "bravatas" de oposicionista, desdizer o que disse não é problema para Lula.

(Clóvis Rossi, São Paulo)

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Três lições inesquecíveis

O espetáculo reconfortante da humilhação pública do senhor Hugo Chávez foi um dos mais instrutivos das últimas semanas. Com ele aprendemos três lições: sobre o que é democracia, sobre o que é um rei e sobre como funciona (ou não funciona) a cabeça de um revolucionário. A primeira delas devemos ao presidente José Luis Zapatero, a segunda, a Juan Carlos de Bourbon, e a terceira, ao próprio senhor Chávez.

(1) Ao exigir o respeito devido ao seu antecessor José Maria Aznar, que ali fora ofendido por um orador insolente, o senhor Zapatero mostrou a diferença - que nem sempre há, mas deveria haver - entre esquerda democrática e esquerda revolucionária. Esta última acredita que seus projetos sociais são tão sublimes que fazem dela "o primeiro escalão da espécie humana", como dizia Che Guevara, condição que a autoriza a ignorar solenemente os deveres morais e legais que pesam sobre as pessoas comuns e a investe do direito de mentir, trapacear, roubar e matar ilimitadamente em nome das belezas imaginárias de um futuro hipotético. Já a esquerda democrática, consciente da fragilidade das idéias humanas, pode lutar pelos seus projetos com entusiasmo, mas sabe que eles valem menos do que a regra do jogo em que concorrem com os do adversário. Para o revolucionário, só o que importa é modificar a sociedade - se não a natureza humana - de maneira integral e irreversível, passando por cima de tudo e de todos. O democrata, de direita ou de esquerda, sabe que nenhuma mudança introduzida por um governo é tão inquestionavelmente boa que deva a priori estar vacinada contra a possibilidade de que o governo seguinte a reverta. Zapatero mostrou que, na ordem democrática, ninguém tem a última palavra.

(2) Um rei não é um governante. É o comandante vitalício das Forças Armadas, o garantidor da autoridade dos governos sucessivos, o guardião de uma ordem que permanece enquanto os políticos passam. Com sua inesperada intervenção, o rei Juan Carlos não entrou no mérito do assunto em debate. Apenas garantiu, contra a insolência de um monólogo ditatorial histérico, o direito do seu chefe de governo à palavra. Não faltarão na mídia brasileira desinformantes cínicos o bastante para tentar impingir ao leitor um relato invertido, fazendo de Chávez o indiozinho indefeso, oprimido pela prepotência do colonizador. Mas a seqüência das imagens mostra claramente que foi Chávez o primeiro a oprimir o interlocutor, só se detendo, atônito, ante a entrada em cena de uma personalidade mais forte.

Se as palavras dessa personalidade foram exemplarmente abruptas e cortantes, isso só mostra que não é próprio da função real tagarelar, mas tapar a boca dos tagarelas que se arrogam o monopólio da fala.

(3) Quanto ao senhor Hugo Chávez, fazendo diante da reprimenda aquela expressão inconfundível de perplexidade e medo, mostrou algo que há anos venho dizendo: todos esses líderes revolucionários, a começar por Fidel Castro, pelos chefes das Farc e pela multidão dos nossos terroristas indenizados por seus próprios crimes, são indivíduos fracos, covardes, frouxos, bons para atirar em manifestantes desarmados ou para matar pelas costas adversários desprevenidos, mas incapazes de qualquer ato de genuína coragem, que por definição é sempre um ato solitário. Valentes diante dos holofotes ou fortalecidos pela proteção de uma rede internacional de cúmplices, tão logo se vêem abandonados à própria sorte só o que sabem fazer é implorar como Che Guevara: "Não me matem! Não me matem!". Mostra-me os teus heróis e eu te direi quem és.

(Olavo de Carvalho, filósofo)

sábado, 10 de novembro de 2007

Me espere até amanhã

O seu amor dentro de mim
É um calafrio
Sua respiração me embala
É poesia
Parece só um sonho bom
Mas é verdade
Que dói aperta o coração
Como a saudade
Me sinto leve como um anjo
Apaixonado
Rodopiando por aí
Como um tornado
O seu olhar me beija a alma
E faz ferida
Como se eu te devesse
Mais amor
De outra vida
O nosso amor
É um jeito antigo de querer
É valsa de Chopin
É um riso aberto
Do futuro me chamando
Me espere até amanhã


(Moacyr Franco)

+ * + * +

À Menina da cor do verão, desejo do passado, alegria do presente, sonho do futuro, meu carinho e minha gratidão por podermos caminhar mais um dia juntos. Amo você!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Pensamento da semana

Se os homens dessem mais atenção à colocação dos problemas em termos reais e objetivos, do que costumam dar às teorias, haveria menos desentendimento e um maior esforço de colaboração, de compreensão e de paz. O esforço no sentido de colocar os problemas em termos reais e objetivos exige honestidade de propósitos, sinceridade, espírito de dedicação, compromisso com a verdade antes de tudo, em lugar da luta cega pelos interesses imediatos. Por isso, ouso fazer esse convite: procuremos as soluções que se esforçam por colocar os problemas como eles devem ser colocados, em lugar de colocar os problemas de modo que eles caibam nas soluções que já trazemos conosco antecipadamente. Somos problemas à procura de soluções: a solução primeira é tomar consciência dos problemas, dos problemas que nós somos, dos problemas que nós pomos, dos problemas que se põem para nós, dos problemas que devemos descobrir diante de nós. É mais fácil construir uma teoria do que formular com precisão um problema – eis a questão. E por isso dizemos que as soluções estão à procura dos problemas.

[MENDONÇA, Eduardo Prado de. O mundo precisa de filosofia. 7.ed. Rio de Janeiro: Agir, 1984, p.73.]

Saúde, força e união!

sábado, 3 de novembro de 2007

Hava Nagila

Quem me conhece, sabe que sou um tanto eufórico. Ou, melhor, talvez não seja eufórico, mas me empolgue em alguns momentos e com algumas coisas. Músicas, principalmente.

Agora, que escrevo esse post, ouço o Hino da Independência, de Evaristo da Veiga e D. Pedro I. Considero um hino grandiloqüente, tanto na letra quanto na melodia. A propósito, assim como é o Hino pelo Sete de Setembro, considero lindo, empolgante, o Hino da Maçonaria (que por sinal, é da lavra do primeiro imperador do país-continente). Marchas militares me comovem e me impulsionam.

Músicas démodé também me agradam. Boleros, então, nem se fala! Contudo, há uma música que expressa a empolgação de qualquer ser vivente: Hava Nagila. Como é algo que me está sacudindo as entranhas há umas boas semanas, precisava compartilhar na blogosfera.

Até semana que vem, penso no que escreverei. No interregno, fiquem com a Rika Zarai, mais conhecida como Tiazinha Cabeçuda, cantando essa que é a mais saltitante das músicas compostas pelo Homo sapiens.

Saúde, força e união!