quarta-feira, 21 de julho de 2010

A saga dos convites / a morada conjugal / e o Mestrado?

Saímos, Hadassa e eu, para vermos convites no sábado próximo passado. Fomos a duas agências, a Fina Arte e a Paper Place no turno da manhã.

Chegamos um pouco atrasados na Fina Arte, mas Andréa, a moça que nos atendeu, nos atendeu com toda a cordialidade e bom humor. Não foi uma vendedora clássica, mas praticamente uma amiga, dando dicas, mostrando condições, rindo conosco. Foi muito bom, valeu a pena passar lá. Não achamos o modelo que Hadassa havia escolhido, mas saímos satisfeitos, com alguns modelos em vista. O ponto era de fácil acesso e no pulmão dos negócios em POA. Não nos demos conta pela numeração, mas chegando lá, vimos que é no mesmo prédio em que fica a sala do meu sogro.

Já na Paper Place, chegamos rigorosamente no horário. O local do escritório é longe de ser privilegiado, a despeito de ser no Centro de Porto Alegre. Fomos atendidos por Marcela, que devia estar numa TPM de rachar, pois demonstrava um mau humor do caramba. Não nos tratou mal, mas não tratou bem. Coisas da arte da venda, pois vender é uma arte. Enfim, disse “ó, tão aí” e ficou mexendo no PC. Olhamos alguns, levamos orçamentos. Além de não preferirmos os modelos, os preços são mais altos – e há um que parece a estampa do banheiro do hotel que fico quando venho à aula do Mestrado.

Segunda-feira, recebo da patroa a notícia de um apartamento numa localização que nos agrada e que se encontra em nossas condições atuais. Gostei da ideia, afinal, o nosso, que compramos em 2007 e até agora não está pronto, já está no Judiciário para ter o contrato anulado. Coisas da vida. De mais a mais, precisamos de uma morada comum – se é pra ficarmos um na casa do outro, ficamos de namorados, né? Ontem à noite, falamo-nos e ela disse que vai encaminhar a papelada. Oremos, portanto, para que tudo se encaminhe como Deus entender melhor para nós.

Estou ficando, nessa semana, até quinta-feira fora em Santo Ângelo, pois tenho a prova de proficiência para o Mestrado. Se eu conseguir me livrar dessa agora, melhor para mim. Confesso, não estudei e não terei tempo para isso. Procrastinei muitas tarefas (algumas, por necessidade, outras, por falta de paciência – mas isso é outro capítulo) e aproveitarei para tocá-las aqui. Confesso que me sinto o Mário Quintana, enfurnado num quarto de hotel escrevendo sem parar. C’est La vie. Tenho, na ordem do dia, três textos para escrever. É [quase] óbvio que não consiga. Se conseguir, melhor. Conto depois a saga. O lado bom: poucas distrações e muita concentração; o lado ruim: longe da minha casa, dos meus livros, da minha Morena e das coisas ao quais sei lidar. Como sou um pouco aventureiro e flexível quanto às circunstâncias, então é só da Morena e dos livros, mesmo.

Até mais!

sábado, 10 de julho de 2010

Pois é!

Casar tem dessas coisas...

Ontem, minha mãe ligou para a agência onde eu trabalho, precisava muito falar comigo (ela já tinha ligado no celular e eu não atendi pois estava ocupada). Meu colega escreveu num papel: "sua mãe precisa falar urgente com você". Pensei: "morreu alguém", atendi. Ela estava numa loja de artesanato e precisava me contar que encontrou mini prendedor de roupa e mini cachepô.... eu mereço.

Sábado, 8 horas da madrugada, levantar e sair correndo para tentar ajustar os últimos preparativos. Vou sair com a Patrícia (umas das madrinhas) e a Raysa (minha irmã), para finalizar a lista de presentes, ver bolos, doces, sapatos, lembrancinhas e mais algumas coisas (se listar todas não vou sair hoje, hehehehe).

Beijos, até o fim do dia tem mais.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Jantar dos padrinhos/notícias

Estando tudo justo e perfeito, provavelmente jantaremos com os padrinhos no dia 31/7 (com o perdão dos amigos, será por adesão, hehehe!). Farei empenho para colocar foto do evento aqui.

Recebi de Hadassa a notícia do bufê: ao que parece, minha ideia de fazer algo com cara de cantina ficou bem legal. Aguardemos, portanto.

Estou incumbido de fazer os convites para o Chá de panela. Farei um virtual, para quem se interessar (presentes sempre são bem-vindos! Hehehe!).

Por ora, é isso. Bjos e abraços!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Flor roxa

É, pessoal! A paixonite tá pegando e o casamento, se aproximando!

Sei que muito pouco comentei sobre esse tema no blog: é, de certa forma, uma falha minha. Não costumo compartilhar das coisas mais pessoais, mais imanentes; ao contrário do que se pensa, sou tímido - e só os tímidos sabem o que é ser falante para esconder um temperamento de tartaruga, que se esconde ante situações que lhe atacam de um modo ou de outro.

Mas, enfim, sou um rapaz apaixonado. Apaixonado, não: um rapaz que ama. Já com Hadassa há algum tempo, passamos por toda série de adversidades. Superamos todas. Sempre ouvi de Hadassa que "juntos, não há estrelas que não possamos alcançar, nem sonhos que não possamos realizar". Cada vez mais creio nisso.

E o casamento tá chegando!

Resolvi, para desestressar da vida acadêmica e começar a colocar para fora o turbilhão de coisas que se passam, que poderia "desabafar" no blog! Convidei a patroa para o mesmo exercício, que topou de boa vontade! Assim sendo, em breve, ganho uma articulista para esse espaço: a própria, a magnânima, a famígera e a inozidável, a estrogonoficamente sensível, a mediocrática, a retumbante, a rélpis minha doce Hadassa Luiza!

Vamos esperar no que vai dar; acho que será divertido. Convido a todos: acompanhem-nos nessa empreitada!


domingo, 21 de fevereiro de 2010

Os donos do seu nariz

(Luis Fernando Veríssimo)

Todos deviam ser donos do seu nariz, mas infelizmente isto não acontece. Num país como o Brasil o sonho do nariz próprio continua inalcançável para a maioria. Só uma minoria privilegiada é dona do seu nariz. Poucos sabem que 70% dos brasileiros alugam seu nariz. O Governo vem tentando melhorar a situação através dos financiamentos do BNN para a aquisição do nariz próprio, mas com a correção monetária, reajustes, etc. o pobre acaba pagando pelo nariz muito mais do que pode.

Muitos vivem na ilusão de serem donos do seu nariz e na realidade não são. Mesmo os proprietários de nariz não têm direitos absolutos sobre ele. O nariz é um bem móvel. Qualquer transação envolvendo o nariz depende da fiscalização pública. Você descobre que o nariz não lhe pertence quando, por exemplo, pretende viajar para o exterior. Não há nenhum empecilho para você sair do país, ao contrario do que se pensa.

— O senhor tem completa liberdade de ir e vir.
— Sem papelada, sem nada? Posso sair quando quiser?
— Exato. Mas sem o nariz, claro.
— Como? Eu sou dono do meu nariz.
— Perdão. Seu nariz é uma concessão do Governo. Pertence ao Estado.
— Mas eu não posso viajar sem ele. Somos muito ligados.
— Bem. Para tirar um nariz do país é preciso passaporte, visto de saída, atestado de bons antecedentes, atestado de ideologia do nariz...E o depósito compulsório.
— Quanto?
— Os olhos da cara.

Todos os impostos e taxas que você paga ao Governo são pelo uso do seu nariz. O nariz, na realidade, é a única parte da sua anatomia sobre a qual o Governo tem todo o poder. O Estado não interfere no resto do seu corpo que, no caso de prisão arbitrária, só vai junto porque quer. Foi isso, na opinião de alguns juristas, que tornou o habeas-corpus supérfluo entre nós. E, convenhamos, um habeas-nasalus seria ridículo.

Eu alugo meu nariz e estou muito satisfeito com ele. Não conheço o proprietário. Pago o aluguel em dia, conservo o nariz em bom estado e não dou ao locador qualquer razão para queixa. Mas, teoricamente, o dono do meu nariz pode reclamá-lo quando quiser. Basta uma denúncia vazia de que eu estou metendo o meu — ou dele, no caso — nariz onde não devo e ele pode reaver o nariz. A situação é irrespirável.

Alguns proprietários de narizes alugados estão sempre vistoriando a sua propriedade. Acordam o locatário no meio da noite para ver como vai o nariz.
— Hum. Deixa ver. Parece bem. Este cravo aqui do lado...
— Vou espremer amanhã mesmo.
— Você limpa todos os dias?
— Por dentro e por fora.
— Olha aí: os óculos estão deixando marca. Não pode.
— Vou cuidar disto. Agora posso dormir? Estou meio resfriado...
— Que tipo de lenço você tem usado? De papel, espero. Lenço de pano irrita o nariz. Olhe lá, hein?

Alguns contratos de aluguel são extorsivos. Incluem uma cobrança por espirro, taxa-coriza, o diabo.

Existe uma espécie de bolsa do nariz onde os grandes proprietários compram, vendem e trocam seus narizes.

— Tenho um nariz bem grande em Petrópolis. Troco por dois pequenos na Zona Sul.
— Nariz novo. Vendo. Estilo grego.
— Compro um afilado. Qualquer zona menos Avenida Farrapos.
— Vendo um achatado, simpático, amplas narinas, na Independência.
— Reformado, como novo, troco por adunco ou arrebitado.

A questão do nariz reformado é, legalmente, um pouco confusa. Quem é dono do seu nariz pode alterá-lo como quiser, desde que obtenha uma licença da prefeitura. Um bom Pitanguy, hoje vale uma fortuna. Mas quem aluga o seu nariz e quer modificá-lo deve antes consultar o dono.
— Estou pensando em tirar um pouco aqui, estreitar aqui e baixar aqui.
— Impossível. Não posso permitir. A senhora quer diminuir a área total do meu nariz.
— Mas vai ficar um Tônia Carrero perfeito. Vai aumentar de valor.
— Sei não... Aumentam os impostos...
— O senhor pode aumentar o aluguel.
— Feito.

Os donos do seu nariz têm o poder e não há nada que você possa fazer a respeito. O seu nariz pode ter sido vendido a uma multinacional agora mesmo e você nem sabe.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Progresso de menos?

No que depender de mim, cada um faz de si o que lhe der na veneta.

Comentei, no último post, da minha estranheza em relação à publicidade à parcela homossexual da sociedade; hoje, é o oposto: embora se espere conduta exemplar, a vida militar não impede a homossexualidade. Tá. Daí, aparece um general neanderthal dizendo que, trocando em miúdos, não ser possível manter, entre as fileiras das casernas, quem seja homossexual. Sacanagem, não?

Não gosto de extremos - costumeiramente, são negativos e muito deletérios. Odiar a homossexualidade a ponto de banir pessoas normais é repugnante à condição humana. Assim como Forr, my Captain, também acho que não somos obrigados a aceitar arroubos de histeria gay no dia a dia, bem como os dos héteros que jogam ferormônios nas esquinas; isso prova que o problema, para mim, não é a sexualidade do indivíduo - já disse, cada um faz o que bem lhe der na telha.

Ignorância castrista. É isso o que foi exprimido na Câmara Alta do nosso país. Se, entre as paredes da alcova, militares são homossexuais, gostam de práticas sexuais pouco convencionais ou rezam para sua escova de cabelo (cada um tem o deus em que pode crer), por que eu preciso intervir?

Espero chegar o dia em que não mais se pergunte a opção sexual de cada um - afinal, isso é coisa que não interessa à coltividade. Que venha rápido, então, antes que a ignorância contamine a sensatez.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Progresso demais?

Considero-me um tanto conservador, mesmo sendo aberto o suficiente a mudanças. Por vezes, é mero gosto, e a resistência é ignorância pessoal; por outras, é anacronismo meu, e necessito mudança urgente. Em ambos os casos, é como o início de uma dança, em que se faz preciso entender como o par leva a perna, a ginga, o passo, para depois passar o resto da noite com ele. O gosto da mudança é marcante, meio estranho, meio doído; não é ruim, é apenas diferente. Pode ser intragável num primeiro momento, mas o tempo vai dando jeito de burilar a gustação e permitindo que, quiçá, passe a ser agradável.

Digo isso porque vi uma propaganda que me chocou: sendo época de Carnaval e procurando evitar novos casos de AIDS, o Governo Federal criou uma campanha em que a camisinha conversa com o usuário. Até aí, nenhuma novidade. O que me causou estranheza foi que, numa delas, o diálogo se deu antevendo o encontro de um casal de homossexuais masculinos. Não era subentendido: o condom e o indivíduo falaram da aparência do parceiro, e depois ambos se encontram num abraço afetuoso.

Sou cristão, sem nenhuma hesitação, e por sê-lo, vejo a prática do coito homossexual como uma conduta abominada por Deus; todavia, também sou pessoa sensata, e não posso desconsiderar pessoas que porventura não creiam no mesmo que eu, pelo simples fato de, assim como eu possa crer sinceramente que eu esteja certo, eles também o podem em relação a si próprios. E daí, o que fazer? Respeitar, tolerar e conviver com harmonia, justiça e igualdade. Mesmo assim, há coisas que, mesmo que cotidianas, ficam sob o véu da discrição (ou da hipocrisia, sejamos sinceros), e uma delas é a orientação sexual. Não se costuma comentar da sexualidade dos filhos com muita animação, principalmente se la não for a hegemônica heterossexualidade. E agora?

Mudam-se os tempos, mudem-se os costumes. Pouco faz que a Itália passou a fazer propagandas pelo uso da camisa de vênus. Certos eles? Se for pelo dito do Santo Padre, que condena o uso do contraceptivo por conta da libidinagem a que ele permitiria, mais deveriam haver demorado; se for pela sanidade pública, e a AIDS é caso de sanidade pública, a propaganda demorou muito para vir.

Vi num telejornal, dia desses, que o HIV vem encontrando no sexo homo lugar amplo para se alastrar. Se é assim, convém, antes de dizer que é pecado, dizer que é inseguro se não forem empregadas as técnicas de prevenção adequadas - leia-se "camisinha". Vai chocar os samuéis? Talvez. Pois que fiquem chocados: mais valem a vida chocada que a morte inconteste. Mas que o choque alarma, alarma...!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Gregas e troianas

Não sabíamos direito o que almoçar; no fim das contas, Hadassa e eu comemos num greek fast-food do shopping (há coisas que só acontecem em Porto Alegre). Comida boa e temperada de modo parcimonioso, mas muito agradável - inclusive usando um pouco de colorau, que me traz às reminiscências a vida simples do interior. Pronto, saímos ambos satisfeitos (e com o bucho cheio de comida saudável!).

Mas a lembrança mais próxima que a gastronomia helênica me trouxe foi a da última vez que eu a havia deglutido, a saber, logo antes da segunda fase do exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Naquela oportunidade, comi correndo, com pressa, mas comi bem; não estudei uma linha sequer para a prova, mas não via grandes problemas nisso, até porque não havia sequer terminado a faculdade de Direito.

Fui "de sangue doce", diria um amigo meu. Deu tudo certo, para alegria de todos e felicidade geral da nação: estou devidamente aprovado e apto a exercer as prerrogativas de Advogado.

Antes de começar o último semestre, eu assustava meus familiares, dizendo que desistiria do curso para virar músico profissional - talvez, cantor de bolero. Agora, curso acabado e qualificação assumida, quem sabe eu não me ponha a cantar "nos bares da vida"...

Advogado e cantor? Contradições de Porto Alegre? Não, só estou agradando juízas gregas e promotoras troianas...

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

(Des)servindo

"Servir" é atuar em benefício de algo ou alguém. "Ter um serviço", portanto, é ter uma tarefa a que se deva dedicar todos os esforços possíveis, certo?

Ando pensando nisso nos últimos dias de modo mais latente. Sou, funcionalmente, um servidor público, remunerado com impostos pagos pelo milionário e pelo miserável; devo, portanto, prestar contas a quem me paga, certo? Se é assim, por que muitos políticos não fazem o mesmo, atuando direitinho e respeitando seu serviço e a que servem? Se bem que, se pararmos pra pensar, os mesmos indignados com a desordem política são os que geralmente procuram o primeiro "jeitinho" para descumprirem seus deveres - dirigindo embriagados e/ou acima da velocidade, comprando CD pirata, não dando lugar para a velhinha de perna fraca na condução, furando sinal de trânsito e por aí vai. Maldito Gérson, que ensinou o país a querer levar vantagem em tudo.

Mas por que todo esse palavrório? Ontem, vi passar um caminhão do Corpo de Bombeiros, indo orgulhosamente atender sua missão deontológica. Ao passar por mim, adivinha o que o motora faz? Joga papel pela janela, em plena via pública! Esse mundo tá perdido, mesmo...

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Para pensar


- Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
- Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
- Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
- Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato.

(Lewis Carroll - Alice no País das Maravilhas)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Oração para a noite

Finda-se este dia que meu Pai me deu
Sombras vespertinas cobrem já o céu
Oh, Jesus bendito, se comigo estás
Eu não temo a noite, vou dormir em paz.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Tanto e tão pouco...

"Pois é, Dr.", diria-se no meu caso; estou com uma gama de coisas pra contar que, talvez, duas bocas falando juntas não dariam conta. E agora, que fazer? Tentar fazê-lo aos poucos, creio. Formatura, noivado, OAB, cirurgia, licença e outras coisas. Inóspito? Pois é. Preciso contar tudo. Hei de fazê-lo, assim espero.