sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Palavras ao vento


Desde há muito me pego pensando e forçando a alma e as mãos para escrever. A arte da pena é linda, nunca neguei. Sou apaixonado pelo fruto da arte da tinta e papel em letras. Ao mesmo tempo, se gosto de fruir do que os nobres escritores produzem, não sou um bom escritor - não, ao menos, na disciplina, no rigor ou na dedicação que a tarefa requer.

Gosto de falar. Gosto muito, talvez até demais. Ando mais quieto do que já fui há alguns anos. Histórias quanto à minha verve são muitas; talvez a mais emblemática seja a de quando ainda era bem pequeno, que conversava aos cotovelos, e minha tia me perguntava se minha língua não cansava. Claro que não: a língua é um músculo infatigável.

Engraçado: falar não cansa; escrever, sim. Seja pela minha completa desídia, seja porque as cãs (ou o que a calvície for deixar delas) estão a chegar, ando menos falante. Observador, sempre fui, e comentarista dos fatos circundantes, igualmente. Escritor, todavia, sempre fui pouco, bem pouco.

Se há algo que gostaria para o ano que se avizinha, que 2013 trouxesse para mim, é essa vocação para por no papel os sentimentos, os afetos, os coloridos da vida cotidiana. Tenho consciência que sei bem as regras de redação - talvez ainda tropeçando ante às reformas que a ortografia da língua que Camões me legou. Também escrevo bem profissionalmente - afinal, meus ofícios me exigem um vernáculo escorreito e uma visão metodológica do que e como expor o necessário. Mas gostaria de escrever um pouco mais, de modo mais colorido.

A boca fala do que o coração está cheio. O coração não é tão frívolo quanto pensam alguns, e disso até Rui Barbosa já sabia. O papel, frio e áspero, parece ser o império da razão sobre a emoção. Mesmo assim, há quem consiga fazer graça, jogar palavras ao vento com a graça e a leveza dos cabelos das crianças que correm soltas às areias da praia. É disso que estou falando.

Fazer arte também requer esforço. Talvez seja essa arte que eu queira. Talvez seja esforço ao qual eu precise me empenhar. Tomara, ou essas parcas linhas serão só mais palavras ao vento.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Nunca


Nunca tentei dissuadir quem tivesse convicções arraigadas.

Nunca me aproximei de mulher que pertencesse a outro homem. Ao contrário, inclinei-me sempre por mulher que não pertencesse a ninguém.

Nunca fiz dívida que não pudesse pagar. E, quando por momentos não pude pagar determinadas dívidas, não dormia à noite enquanto não pudesse saldá-las. Por sinal, nunca concordei com aquela máxima mau-caráter de que quem tem de se preocupar com a dívida é o credor e não o devedor.

Nunca cobrei dívida de quem me tivesse caloteado se ela fosse pequena. Fingi sempre que tinha esquecido.

Nunca gostei de dizer “adeus”, sempre substituí esta palavra por “até breve”, até mesmo quando quem partiu tinha morrido.

Nunca em toda a minha vida guardei mais que dois segredos. Ainda os guardo e suponho que os guardarei até a morte.

Nunca cometi calúnia (atribuir a autoria de crime inexistente a outrem). Mas já cometi difamação, do que sempre acabei me arrependendo. Ainda na segunda-feira passada, difamei alguém no microfone em resposta a uma agressão injustificável que sofri num debate, uma espécie de legítima defesa.

Nunca dei mais que duas palmadas em filhos meus pequenos. Já meu pai nunca me deu menos que duas violentas bofetadas.

Nunca tive inveja de amigo meu. Já ciúme de amigo meu que se aproximava mais de outrem que de mim, tive-o mais de mil vezes.

Nunca invadi chácara alheia, quando eu era criança, se as bergamotas lá existentes fossem verdes. Já quando as bergamotas eram maduras, eu invadia mais que o MST.

Nunca recusei um enfrentamento pessoal. Fui admiravelmente corajoso em alguns, miseravelmente covarde em outros, dependendo do tamanho ou do poder de fogo dos meus antagonistas.

Nunca deixei de comprar brigas e já fugi de muita briga. Quando comprei briga, não calculei nada. Quando fugi de briga, fui estratego.

Já chorei de dor e já chorei de alegria. Gozado, mas nunca consegui sorrir de sofrimento ou na derrota.

Nunca serei rico a ponto de me julgar poderoso, mas sempre me considerei na pobreza como um súdito.

(texto do Paulo Sant'Ana, publicado na Zero Hora de 17 de maio de 2012)

sábado, 10 de março de 2012

Pausa nos trabalhos

Fora de POA e com acesso precário à internet, pretendo voltar ao Desafio dos 50 dias ASAP. Enquanto isso, concentração à banca. Será segunda, 8h.

Até logo!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Dia 16: Uma foto de quem te ensinou muitos valores


Meus pais e meu irmão são verdadeiras pautas para mim. Do meu pai, aprendi a manter certo siso, mas sem se distanciar da vida e sem deixar de sorrir a quem se ama. Da minha mãe, o perfeccionismo e a habilidade com as palavras. Do meu irmão, a viver com leveza e não machucar a memória.

Com eles, aprendi muito mais que ser um cristão; aprendi a ser uma pessoa de verdade, uma pessoa responsável, uma pessoa de compromisso. Uma pessoa que confia, que honra e que não se quer desonrar.

Cada um deles tem um perfil característico; não são os melhores, nem os piores, apenas são. E por serem falhos, imperfeitos e mortais, é porque posso olhar para eles e escolher seguir aquilo que acho melhor de cada um.

Meu pai é o leitor mais ávido que já vi na minha vida. Minha mãe é um exemplo de estudiosa. Meu irmão é um pesquisador nato, investigando os menores meandros do seu campo de estudo. E, com eles, aprendi a gostar de animais, a apreciar as flores, a ouvir boa música e a moldar meu caráter com um amor familiar indescritível.

Taí minha família. Até amanhã!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia 15: A foto de um irmão/irmã de alma


Sim, eu tenho uma irmã de alma. Nunca dividimos o mesmo quarto, nunca fizemos o dever de casa juntos e nunca jogamos videogame em duelo. Mesmo assim, nada me impede de amá-la como uma mana, irmã menina que não tenho.

A vida nos impele a conhecer pessoas, e foi assim que eu conheci a Fran: numa das procelas da vida. Não dá pra precisar quando eu passei a amá-la, mas dá pra dizer que eu a amo de verdade, sem ressentimentos ou preconceitos. Ela e eu já vimos nossos amores e desamores; ela e eu já vimos nossos êxitos e sucumbências. Ela e eu já comemos muito bem e já rachamos a merenda. Não comemos ainda um quilo de sal, mas isso faríamos sem o menor resquício de dúvida.

Para um mundo que vê o amor somente para "amantes", nutrimos então um carinho imenso. Carinho de saber como estamos, como vamos, de ligarmos para a mãe um do outro, carinho de cuidarmos do que um considera importante para o outro. Já fizemos verdadeiros "programas de índio", já encaramos desafios, já gargalhamos juntos, tudo sem preconceito ou interesse. Torcemos um pelo outro, vibramos um pelo outro, lutamos um pelo outro, assim como faríamos pelos nossos irmãos - isso porque somos irmãos, e irmãos no coração.

Hoje, permitiu Deus que ela conhecesse uma pessoa fabulosa, um cara fantástico. E eu me alegro muito por isso, porque a alegria dela me completa. Sou muito bem casado, e ela acompanhou minha vida afetiva, e sei que ela se alegra por isso. E assim somos, únicos na essência, iguais no afeto.

Com ela e por ela, aprendi a amar o IuriCo, o Biel, a Tetê e o Petisco, o gato negro mais charmoso do Universo. Nunca se ama sozinho: ama-se o contexto, ama-se o comjunto. Somos o que somos, e carregamos nossa bagagem histórico-emocional conosco. E é assim, nada perfeitos, mas muito humanos, que nos amamos - não num amor volátil, efêmero ou sensual, mas num amor que nos aproxima pelo desprendimento da aproximação. Com certeza, eu dedicaria horas, dias e semanas por ela, e sei que ela faria o mesmo por mim. E por quê? Porque sei que esperamos um do outro, dependemos um do outro, mas somos peças ímpares - e, mesmo sendo tão ímpares, somos semelhantes.

Eu teria muito o que escrever da Fran: restrinjo-me a dizer que gosto dela como ela é, sem tirar ou pôr. Tenho muito orgulho da caminhada dela e de ter, ora ou outra, colaborado minimamente para que seus alvos fossem atingidos. A recíproca é verdadeira.

E, de mais a mais, ela é verdadeiramente minha irmã de alma - aquela ao qual a gente não quer perder de perto, e não por sentimento de posse, mas por um carinho cujas palavras são muito pobres para expressar.

Bueno, até amanhã!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Dia 14: A figura de um sonho de consumo


Quase impossível: um piano de cauda é enorme e caro. Mas é um desejo que eu tenho. Talvez eu ainda compre um piano de armário - mas até um piano pequeno é um trambolho. Terei de esperar mais um pouco para ter um em casa.

Até amanhã!

terça-feira, 6 de março de 2012

Dia 13: Uma foto da sua profissão


Todo mundo acha que Advogados são enviados do demônio. Todo mundo acha que Advogados enganam, mentem e trapaceiam. E todo mundo contrata Advogado esperando isso. Particularmente, não gosto dessa visão, mas já estou me acostumando a esperarem isso de mim.

Pior do que esperar isso de um Advogado é esperar algumas coisas dos clientes. É difícil quando um cliente mente pra ti e tu descobres só depois, quando o cliente não paga (mas tu sabes que ele canta de galo com o $ que poderia usar pra te pagar), quando tudo o que tu fazes por eles não é reconhecido. Fazer-se o quê?

Sou um Advogado diferente: não sou melhor nem pior; sou apenas um profissional. Por isso, gosto de olhar no olho, de negociar, de conversar. Mas sei que muitos não gostam disso. É mais fácil ser enganado, infelizmente.

Bueno, até amanhã!

segunda-feira, 5 de março de 2012

Dia 12: Uma foto que define sua faculdade, ou a que quer fazer


Tive muitas pessoas queridas, alguns bons amigos e poucos desafetos. Sorri e chorei na vida acadêmica. Mas são coisas que a gente passa pra poder fazer valer a pena, né?

Até amanhã!

domingo, 4 de março de 2012

Dia 11: Uma foto de algo que lembre seu Ensino Fundamental


Minha 1ª série foi meu marco acadêmico. Muito mais que "escrever emendado", lá vi como desenvolver potencialidades e vi quem estivesse interessado nisso - um professor, de verdade. Ou melhor, uma professora: Tânia Argimon, de quem até hoje herdo a caligrafia.

Até amanhã!

sábado, 3 de março de 2012

Dia 10: Uma foto antiga da sua família


A foto não é propriamente antiga, mas é expressiva: esse foi o primeiro natal que passamos depois que eu casei. Consegui reunir quase todos na minha casa de cerca de 50m². Assamos peru e tudo. Mesmo alojados em regime de acampamento, foi um dia memorável, que quero carregar com muito carinho.

Até amanhã

sexta-feira, 2 de março de 2012

Dia 9: A foto de alguém que marcou a sua vida



Ela não se acha fotogênica, fala pouco, é pragmática e faz a melhor torta de bolacha do Universo. Adotou-me como filho quando saí da casa dos meus pais para estudar. Na verdade, ela sempre teve a mim como filho, sempre me amou e me tratou com muito carinho.

Aprendi com ela o valor da dedicação. Nunca a vi esmorecer diante das dificuldades. Acho que ela não conhece perturbações - eu diria que é estoica. Acho que nunca a chamei de "tia": sempre vi minha mãe chamá-la de Mana (minha mãe é a mais velha das duas), e eu a chamei assim. Meu irmão a chama assim. Hadassa a chama assim. Deve ser porque "Mana" é parecido com "Mama", com mamãe. E é assim que eu a vejo, com todo o respeito e admiração.



Ela e Tio Jorge foram, enquanto eu era garoto, meus segundos pais; hoje são meus primeiros pais - não por serem mais importantes que meus pais biológicos, mas por estarem mais perto e poderem conviver mais comigo, ainda que o casamento me tenha afastado um pouco em razão do tempo. Sem medo de errar, meus pais são os amigos da Hadassa, e meus tios ficaram como os sogros, em razão dessa proximidade e desse carinho que nutrimos. Não foi sem razão que eu os convidei para ficarem ao meu lado no altar no dia do sim.



Bueno, por hoje chega. Até amanhã!

quinta-feira, 1 de março de 2012

Dia 8: A foto de algo que você gostaria de estar fazendo agora



Simples e prático (e não muito difícil): queria estar tomando café em Buenos Aires, lendo, comendo empanadas e alfajores. Pra mim, já bastava. ;D

Até amanhã!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Dia 7: Uma foto de um sonho



Não sou mais ingênuo: tudo o que se refere a trabalho dá trabalho - e nem sempre é tão agradável. Mas confesso: viver da música é um sonho que guardo, mais especificamente tocando piano numa ou mais orquestras. Estudei piano por bom tempo, mas há muito não toco de verdade, desafiado por preparação exaustiva e complexa. Creio que, com uns 6 ou 12 meses de preparação, voltaria à boa forma. Mas isso anda muito distante de mim ultimamente, e se distancia cada vez mais. É um sonho, sonho esse que vejo esmaecer entre pilhas e pilhas de processos. C'est la vie.

Tá bom, eu sei, o troço aqui anda meio deprê. Vou dar jeito. Até amanhã!

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Dia 6: Uma foto que te dá saudade



Vó Maria sempre foi uma pessoa por quem nutri imenso carinho. Tirei essa foto porque ela gostou muito do meu chapéu, logo que eu o comprei. Divertimo-nos à beça com as histórias de chapéus.

Tive a felicidade de conhecer e conviver com as minhas duas avós. Vó Maria, mãe do meu pai, era uma mulher mais prática, mais despachada; Vó Eva, mãe da minha mãe, já é um pouco mais acomodada, embora goste de uma boa prosa. Já contei um episódio das duas em outro momento.

Quando se é criança, não se sabe aproveitar os avós como se deve; quando adultos, a vida nos afasta deles. Infelizmente foi assim com Vó Maria: foi adoecendo, ficando fraquinha e, depois de quase um ano padecendo, veio a falecer em 1º/11/10. Foi para os braços do Pai Celeste. Não consegui ficar com ela nos últimos tempos em razão do trabalho e dos estudos, e depois que ela se mudou pra longe, piorou para vê-la. Também não pude ir nos atos finais, mas fiz todo o empenho para que meu pai pudesse acompanhar: comprei-lhe as passagens rodoviárias para vir do interior à capital e daqui, ele pegou o avião para se despedir dela. Voltou ele feliz e consolado. Mas eu não havia me despedido dela. Meu adeus se deu num sonho: sonhei que andávamos ela e eu de carro (nem no sonho eu dirigia!), e eu lhe disse "eu não queria que a senhora tivesse ido!"; ela me respondeu "assim estou melhor; nada dói e estou com meu Senhor". Acordei com a lágrima da saudade, sentindo no corpo esse último abraço - abraço esse que ela não conseguia mais dar, em razão da fraqueza. Fui, por esse prisma, o privilegiado.

Minha última fala com ela foi ao telefone: eu estava no hotel, preparando-me para sair à aula do Mestrado; ela me disse que não estava muito boa e que possivelmente não conseguisse ir ao meu casamento, o que lamentava deveras - mas, mesmo assim, estava deixando o cabelo crescer para fazer um coque bonito. Não conseguiu vir, já estava de partida à morada celestial, restando-lhe só mais uns dias nessa vida terrenal.

* * *



Vó Maria gostava de pêssegos, figos, arroz com frango, churrasco de cupim e Coca-Cola. "Uma coquinha", como ela dizia. Nesse dia, há uns 5 anos, foi o que fizemos, Vó Eva, Vó Maria, Hadassa e eu.

Num dia meio nublado, eu a convidei para tomarmos um cafezinho, a umas duas quadras de casa. Saímos de mãos dadas. Ela no começo se sentiu meio encabulada, como se fosse feio andar assim; depois, ostentava um sorriso faceiro, de se sentir privilegiada.

* * *



Vó Eva foi a primeira pessoa a eu chamar de mãe. Ela morava conosco quando eu era bebê, e como minha mãe a chamava de "mãe", eu também comecei a chamá-la. Ciúmes.

Agora, dos 4 progenitores, só a ela me resta. Preciso aproveitá-la mais. A gente procrastina, acaba se entretendo com coisas importantes e, confiados na compreensão dos nossos anciãos, vai postergando os encontros.

Minha tarefa inadiável para essa semana: dar um abraço gostoso na Vó Eva, enquanto posso e ela também pode.

Até amanhã!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Dia 5: Uma foto da sua estação preferida



INVERNO!

Admito não ser muito fã da chuva, mas é detalhe. Nada melhor que roupa quentinha, cobertor de orelha e chocolate-quente! Acho que Vivaldi também gostava do inverno, pois compôs um primor de obra para a estação:



Gosto do vento no rosto, do sol de lagartear, da bergamota (tagerina, para quem não é do Rio Grande do Sul) e do pinhão. Como morei durante a adolescência no interior, vi paisagens razoavelmente parecidas com a da foto - e mesmo já sendo "um adultinho", como dizia meu irmão, eu me divertia muito pisando nas nódoas de gelo sobre a grama.

A propósito, falta muito pro inverno?

Até amanhã!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Dia 4: Uma foto que represente seu maior defeito



Procrastinação. Esse é o meu maior defeito. Sou bastante perfeccionista, atenho-me a detalhes e acabo empurrando o principal para depois. Às vezes, o conforto e o comodismo me deixam inerte, mesmo. Sou uma pessoa confiável quanto a resultados, mas confesso que, empurrando tudo com a barriga, acabo tendo de fazer com sofreguidão, sacrificando noites de sono e horas de refeição. Mas garanto que o resultado estará à mesa no dia e horário combinados. Ou seja: a procrastinação só afeta a mim. Não se pode contentar a todos (eu fico descontente, aborrecido comigo mesmo). C'est la vie.

Taí, defeito confessado. Até amanhã!

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Dia 3: Uma foto da sua cantora/cantor preferido


Eu iria fazer um post muito longo, com muitos cantores. Daria um trabalhão do demônio. Não o farei. Rentringir-me-ei a apenas uma cantora: Karen Carpenter. Fazendo dupla com seu irmão, ganharam o mundo com boas letras e melodias. Nada na sua execução é exagerado: voz suave, afinadíssima e emotiva, com uma doçura ímpar. Nada muito espetaculoso, como nossos tempos atuais costumam requerer.

Vale a pena ouvir:

A mais famosa dela: Close To You


A que eu mais gosto: You


Outras várias, misturando alegria e fossa:

Rainy Days And Mondays


Only Yesterday


Yesterday Once More


Please, Mr. Postman


I Need To Be In Love


Top Of The World


Superstar


Chega por hoje, né? Até amanhã e boa música a todos!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Dia 2: Uma foto do seu momento preferido da História (da sua ou em geral)



Para mim, nenhum princípio é maior que a liberdade: liberdade de crer, liberdade de sentir, liberdade de entender, liberdade de querer, liberdade de ser. E, para mim, não há dia na História maior que 31 de outubro de 1517: ali, Martinho Lutero, muito mais que questionar os dogmas da sua época, mostrou que Deus nos fez para a liberdade. E sendo assim, essa imagem representa meu momento preferido da História.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Dia 1: Uma foto sua com 15 ou 10 anos



Mais precisamente 12 anos. Usei essa foto por bom tempo pra tudo, de cadastro para viajar à lua até carteira de passagem escolar. À época, meu cabelo era bem pior que hoje. Só não fiz simpatia pra melhorar; de resto, a tudo recorri: condicionador, creme para pentear e touca. Só não fiz alisamento - isso é coisa de emo.

Eu já tinha a marca do óculos no nariz. Comecei a usá-lo com 11 anos. As olheiras ainda não estavam presentes - elas surgiram mais tarde, no Ensino Médio, eu creio. A barba era incipiente, e o bigode despontava (já o fazia a cada 3 ou 4 dias). Meu IMC não passava de 20, e minha estatura não era muito maior que a de hoje - prova está que meu pé era 38 e hoje é 40.

Taí. 1º dia cumprido. Até mais!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O desafio dos 50 dias

Pois é: ano vai, ano vem, e eu deixo o blog meio às traças. Deve ser porque não tenho leitores assíduos, nem muita gente que goste de ler o que escrevo - até porque não escrevo nada mais do que um diário, um pouco de mim mesmo. Ainda acho que insisto na ideia porque não perderei os apontamentos - com o ônus de talvez acabar xaropeando os amigos à volta.

Mesmo assim, quero voltar a despertar a criatividade. Se há pouco mais de dois anos eu estava às voltas com a monografia de graduação, e há pouco mais de um, com os preparativos às bodas, agora, estou aliviado por haver entregue a dissertação do Mestrado em Direito. Ainda que falte apresentar o resultado à banca, já me sinto mais aliviado. E volto ao serviço público no próximo dia 1º, após dois anos de licença. Tô precisando mudar de ares, ainda que seja para ares velhos.

Enfim, tô de volta. E como desafio a mexer aqui, encararei o Desafio dos 50 Dias, i.e., uma foto por dia, por quase dois meses, contando um pouco de mim, dessa forma:

Dia 1: Uma foto sua com 15 ou 10 anos
Dia 2: Uma foto do seu momento preferido da História (da sua ou em geral)
Dia 3: Uma foto da sua cantora/cantor preferido
Dia 4: Uma foto que represente seu maior defeito
Dia 5: Uma foto da sua estação preferida
Dia 6: Uma foto que te dá saudade
Dia 7: Uma foto de um sonho
Dia 8: A foto de algo que você gostaria de estar fazendo agora
Dia 9: A foto de alguém que marcou a sua vida
Dia 10: Uma foto antiga da sua família
Dia 11: Uma foto de algo que lembre seu Ensino Fundamental
Dia 12: Uma foto que define sua faculdade, ou a que quer fazer
Dia 13: Uma foto da sua profissão
Dia 14: A figura de um sonho de consumo
Dia 15: A foto de um irmão/irmã de alma
Dia 16: Uma foto de quem te ensinou muitos valores
Dia 17: A foto que represente um medo
Dia 18: Uma foto de um vício
Dia 19: Uma foto que defina sua maior qualidade
Dia 20: Uma foto que represente um arrependimento
Dia 21: A foto de uma das maiores loucuras que você já fez
Dia 22: A foto de quem você quer passar a vida inteira junto
Dia 23: Uma foto de alguma loucura de amor que você faria
Dia 24: A figura que represente algum presente que você gostaria de ganhar
Dia 25: Uma foto de quem te faça rir
Dia 26: Foto de um presente que você nunca gostaria de ganhar
Dia 27: A foto de um programa de TV ou Filme que você gostaria de participar
Dia 28: A foto de um livro que você ama
Dia 29: Uma figura que represente um hobby
Dia 30: Uma foto que fale muito sobre você
Dia 31: A foto da sua melhor idade
Dia 32: Uma foto que represente o ano atual
Dia 33: A foto de algo/alguém que fez valer seu ano passado
Dia 34: Uma foto que represente seu pedido para o atual ano
Dia 35: Alguma habilidade, representada em foto
Dia 36: A foto de algo que gostaria de aprender
Dia 37: Uma foto de algo que tenha dificuldade em fazer
Dia 38: Uma foto de um ídolo
Dia 39: Uma foto sua, que você tenha vergonha
Dia 40: Uma foto de alguma celebridade que você escolheria como futuro marido/esposa
Dia 41: A foto de um carro que gostaria de ter
Dia 42: Uma foto que represente sua música preferida
Dia 43: Alguma figura que represente algo que você nunca faria
Dia 44: Uma foto de sua comida preferida
Dia 45: Uma foto do seu jogo preferido
Dia 46: Alguma foto de onde você gostaria de morar
Dia 47: Uma foto de alguém com quem você trocaria de vida, pra sempre
Dia 48: Uma foto que represente algo que gostaria de cortar na sua vida
Dia 49: A foto de algo que nunca poderia viver sem
Dia 50: Uma foto de alguém por quem você arriscaria sua vida

Vou cumprir? Não sei; não garanto e nem me comprometo. Mas vou tentar. E acho que será divertido.

E quem viver para ver, verá.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Adejo sostenuto

Ter imaginado, imaginado que podia,
podia ser.
E ter de rir de si e ter de rir de dó e ter
de rir de lá.


[publicado na Piauí 64, de janeiro; à disposição aqui]