sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Gordo

Depois que voltei à Mui Leal e Valerosa Cidade de Porto Alegre, engordei 20kg. Sim, assim como para ser negro se deve considerar negro, sou gordo porque me considero assim.

Depois que a protuberância abdominal se mostrou inconveniente na hora de subir ladeiras, de tocar violão (sim, sou barrigudo) e de parecer que tenho mais seios que uma top model (talvez um manequim 36 ou 38, pois ainda sou amador na arte do sobrepeso), decidi emagrecer. Contudo, como sou mais perseverante que uma criança no intento de tomar choque (leva um, chora e nunca mais olha a tomada), vou sobrevivendo à minha relativa condição como um fortinho.

Anteontem, vivi algo inóspito: ao pegar um táxi-lotação (uma coisa que só há em Porto Alegre: uma “perua” legalizada, um micro-ônibus para transporte seletivo), sentei-me (pois nesse veículo não se pode permanecer em pé) ao lado de um cidadão gordo. De verdade.

Eu juro que não sentaria ali se houvesse outro lugar. O pobre coitado precisou se esticar, mexer-se, virar-se, para que eu pudesse minimamente caber ao seu lado.

Nessa hora, não me senti mais gordo.

Nunca passei pelo constrangimento de não passar por uma porta ou travar em uma roleta. Nunca precisei de cadeiras com reforço. Nunca precisei comprar roupa especial. A sudorese e o cansaço talvez sejam fruto da minha fraqueza, não da adiposidade.

Senti pena do homem. Que Deus o ajude. Enquanto isso, vou criar vergonha na cara e fazer alguma coisa.

Abraços! Saúde, força e união!

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