quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Honrando a quem merece

Hoje, por hábito e norma, é Dia do Professor aqui na Pátria-Mãe. Cabe, pois bem, lembrar daqueles que nos deram um pouco de si, exercendo seu ofício com a obsessão da qualidade e a ternura da humanidade, e lhes devotar a gratidão e o reconhecimento pela relevância dos seus serviços.

Não são poucos os professores em quem reconheci (e, em alguns, ainda reconheço) bons parceiros de caminhada: Izélia, Lúcia, Sirlei, Cléris, Denise, Ana Lúcia, Paulo e Flávio foram os que me deram o gosto pelos números; Fernando, Odone, Sandra e Teresa, pelas letras; Carla, Maria Angélica, José Leandro, Odeli, Miguel e Idílio, pela ciências; e Zerlei, Jussara, Cleusa, Carmem Júlia, Silvino, Ricardo, Alexandra e Mara, pela inquietação que me causaram para descobrir quem é, reealmente, o homem. Todos esses compuseram fundalmentalmente minha vida estudantil, permitindo que eu me enveredasse pelos caminhos da ética e da técnica.

Hoje, rememorando meus professores, vejo-lhes quão grande esforço desempenharam para que tocassem suas inúmeras turmas de inúmeros alunos. Para alguns deles, sou apenas uma estatística; mesmo assim, não muda minha estima por eles, pelo ensino que me confiaram. Para outros, sou uma boa memória e uma companhia dos tempos; a esses, minha consideração se redobra e se põe nos níveis mais altos que eu possa colocar.

Às portas da Academia, convivi com nomes brilhantes, dos quais convém destacar Ricardo Timm de Souza, Pergentino Stefano Pivatto, Cláudio José de Oliveira, Ronaldo Villa Laux, Juliana Leite Ribeiro do Vale, Felipe Camilo Dall'Alba, Milton José Cardoso, Airton José Sott (meu primeiro orientador), Gilberto Shaffer, Maristela Alves, Maria Izabel Cantalice, Antônio Prestes do Nascimento e Renato Selayaram - esse último, um fraterno parceiro diante de toda a caminhada. Como não lhes seguir os passos, como não se assemelhar, ainda que involuntariamente, a cada um deles?

Mesmo entre todos esses nomes (e talvez haja outros que eu tenha deixado passar, ao que peço sincera desculpa), há um nome que não posso deixar de lembrar com certo destaque: Profª Tânia Argimon, minha primeira professora, ainda no Mesozoico (agora sem acento - coisas da Reforma), quando eu era um gurizinho (nas palavras do meu pai).

Apesar de toda a correria (e do material de Economia on the table sobrestando qualquer urgência), parei meu dia para lembrar da mulher que, com perícia invulgar, conseguia fazer seus pupilos cantarem, lerem, contarem e pesquisarem (lembro-me em detalhes como empregamos o método científico para conhecer a cana-de-açúcar, e isso com seis anos!).

Saí sob chuva fina, daquelas que sói por essa época (estava exatamente assim no ano passado, eu me lembro bem); aproveitando o ensejo, deixei paletós para lavar e óculos para aviar novas lentes. Cheguei na floricultura, comprei um buquê pequeno de flores-do-campo (bem miúdas e coloridas, dessas que toda criança gosta) e lhe enderecei um cartão que escrevera em casa, com a mesma caligrafia diminuta e feita com lapiseira de ponta fina, hábito que nunca perdi. Mandei-lhe também uma pequena fotografia, com dois Samis (o que ela conheceu e o que o tempo e ela moldaram). Meio constrangido sob o olhar da florista, depositei tudo ali e instei que para que entregasse à tarde no educandário em que ela leciona, sabedor de que lá estará.

(em algum momento da existência, já fui bonitinho)

A despeito da timidez, voltei para apor, no reverso da lembrança, os meus contatos, coisa que passou despercebida quando lhe dediquei o mimo. Anotei também o endereço desse meu canto, num lampejo incontinente e indecifrável para mim mesmo. Azar do goleiro, e, como Pilatos, deixei quedar o que já estava registrado.

Se ela vai lembrar de mim como o devorador de livros, ou como o que não conseguia anotar tudo com presteza (e ainda não consigo), ou como o representante da classe, ou como aquele que não quis sair na passeata pelo impeachment do então Presidente Collor por objeção de consciência (sim, eu fui contra, porque achava inseguro trocar de presidente no meio de um mandato democraticamente eleito, de modo legal e legítimo - e eu tinha seis anos!), não o sei; não sei sequer se se lembrará de mim, pois não foram poucos os discípulos brilhantes a quem teve o privilégio de conduzir. Não sei se passará por aqui, apondo seu "visto" em forma de rosto sorridente circunscrito por uma letra V em cursivo caprichado. Não sei. Sei apenas que cumpro minha palavra tal como a disse há tanto tempo: ao final daquele ano letivo, depois de abraçar a turma e emocionada, disse-lhe "nunca mais esquecerei da senhora". Eis a minha palavra, hoje cumprida publicamente.

* * *

Preciso homenagear também a duas pessoas que me ensinaram a difícil arte do amar; apesar dos trancos e barrancos a que passaram juntos (e dos gênios às vezes se atritatem até incinerarem a paciência), Papai e Mamãe completam hoje TRINTA E QUATRO anos de namoro! Que Deus abençoe essa união com alegrias mil. O primogênito, apesar de feio e chato, criou-se para o bem, e o caçula se encaminha para bom rumo, à glória de Deus e alegria do casal.


(alguma dúvida quanto a quem seja eu?)

Como cantaria Barney, o Dinossauro, "... amo você, você me ama, somos uma família feliz...".

3 comentários:

Lúcia disse...

Que lindo, Sami. Ainda bem que alguns professores nos marcam de forma positiva! Bjins

Teresinha disse...

Pôxa, Sami. Eu não passei por aqui na data. Tô cega, não pelo glaucoma, mas por aquelas lágrimas (coisa de mãe) inevitáveis, inseguráveis, insitentes ...
Tô aqui orgulhosa da minha cria. Assimilaste bem uma das lições de maior nobreza que vejo num ser humano, a GRATIDÃO. De fato, meu filho, Deus me deu a graça de ser tua mãe e nenhuma outra pessoa pode ensinar melhor a amar e ter sentimentos de reconhecimento do que a própria família. Mas nesta escola da vida, também tenho aprendido muito contigo, meu "guri". Te amo muito. Deus abençoe os mestres que construíram a bagagem do teu conhecimento.

Anônimo disse...

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