quarta-feira, 8 de abril de 2009

Das tripas, coração

Ouvi inúmeras vezes minha mãe dizer isso quando eu era pequeno. Um esforço hercúleo, uma tarefa terrível, uma prova medonha, nada disso era tão dramático quando "fazer das tripas, coração": depois do terceiro ano fundamental, eu entendi em profundidade o que queria dizer aquilo: embora não seja clinicamente viável fazer isso, eu imaginava uma gambiarra enorme, composta de um emaranhado vascular (plenamente operante), com suas explicações, como se falassem para mim "sou um duodeno, mas estou quebrando um galho de ventrículo esquerdo".

Poucos podem dar continuidade à vida sem aquela pontinha de preocupação com o amanhã financeiro, com esse dinheiro vendido no grito nessa bolsa que não se carrega. Dos que naturalmente já se viravam, hoje estão bulindo seus ânimos para lutar nesse desafio que é a subsistência.

"Fazer das tripas, coração", para mim, é lembrar do memorável Tempos Modernos, do grande Charles Chaplin. No enredo, o coitado foi mecânico, meliante, vigia noturno, agitador político, drogadito, garçom e cantor. Como não sabia cantar, pediu ajuda para a amiga, que escreveu a letra da música nos punhos; como desgraça pouca é bobagem, sofreu um grande revés, mas conseguiu. Conseguiu? Vê e descobre.

Aos assoviadores-e-chupadores-de-cana, um grande abraço e uma excelente quarta-feira, com direito a alegrias e sucesso!

Um comentário:

Chris disse...

Classicoooo!!! Nao da para comparar aquela epoca com a de hoje! Mas tudo isso e o maximo, mesmo o Charlie me cansando as vezes!

bju bju