domingo, 22 de novembro de 2009

Valendo pouco

"A carne mais barata do mercado é a carne negra". Ouvir isso da boca de um negro, como Seu Jorge, faz-me (re)pensar o preconceito como um todo. Será que a discriminação está nos olhos de quem discrimina ou na alma de quem é discriminado?

Depois de algum tempo sofrendo, a dor não tem mais o mesmo peso. A vida é assim em tudo (ou quase tudo); meu exemplo mais claro é a hipertrofia muscular: chega um momento em que não se sente mais a dor do esforço, mas o músculo, para resistir, precisa-se aumentar, como que seu volume afrontasse o halteres do atleta.

Do insigne Sergio Sardi, recordo-me do exercício de verificação, em que o olho enxerga e o olhar interpreta. Onde está o racismo que alguns insistem em dizer haver no Brasil? Será que meu olho não vê ou é o olhar de quem sofreu demais que está, pois, enxergando além da conta?

Não sou racista, e a ideia de "carne negra" tem que ser extirpada do nosso meio; mas que "nosso meio", o dos brancos-não-mais-escravocratas ou dos negros-sempre sofredores?

É lei da Economia: um produto vale o quanto é procurado e o quanto é oferecido. Acho que já está tardando a desmistificação racial brasileira. Tardará ainda mais, enquanto uma pessoa for contada pela sua "carne".

Um comentário:

Anônimo disse...

"racismo" me parece ser a arma mais poderosa das "minorias".

Já vi gente preguiçosa chamar patrão de racista logo após a bronca (que não mencionava cor de pele ou orientação sexual).
Já vi homossexual fazendo coisas que héteros jamais fariam em público, reclamando da reação dos "intolerantes" presentes...

Sou branco, hétero e intligente, os três simultaneamente (logo sou de fato minoria, embora legalmente não)!!! Isso me obriga a ser "tolerante" e agüentar desrespeito dos "diferentes"?
Captain Forr