Existem coisas nessa vida que são um tanto impensáveis para mim. Por exemplo, quando eu era criança, pensava que as máquinas de escrever das repartições públicas eram melhores que a da minha mãe. Por quê? Porque nunca havia pego um documento na mão. Hoje, crescidim e vacinado, não vejo nada de especial no serviço público, fora o fato de ser obrigado a seguir uma burocracia e de que NADA tem validade se não for protocolado, carimbado e despachado.
Depois que passei a ver as correspondências vindas de Brasília sem o devido cumprimento do Manual de Redação da Presidência da República, descobri realmente que o nosso problema não é transgredirmos as normas, mas de criarmos regras inexecutáveis, exempli gratia, o Manual de Redação da Presidência da República.
Há alguns dias, desde que retornei da Princesa do Sul à mui leal, valerosa e calorenta capital dos gaúchos, venho notando mais uma vez os lacres dos elementos de segurança dos ônibus: fico-me imaginando num sinistro escabroso (tipo uma queda em desfiladeiro, ou algo do gênero) e os sobreviventes – e eu dentre eles (é claro que eu estarei vivo; sou bisneto do McGyver, pai da minha avó materna) – ficariam se escabelando... com o lacre! Abrir uma janela é fácil: usa-se uma barra de ferro, um morto, um punho com pano (ou, no desespero, até com a mão desnuda) ou qualquer outro artifício (chaves de fenda, crânios ou até um canivete – como meu bisavô McGyver faria). Talvez NUNCA rompendo o lacre e baixando a alavanca, como o decalque do ônibus ensina. Para que criar algo que não seria usável?
Outra coisa que me incomoda é o decalque do metrô: por que ele diz que se deve entrar pela direita, quando o povo entra por qualquer lado da porta? Quem está errado? O decalque ou o povo?
Dr. Ricardo Waldman me ensinou: “o Direito foi feito para o homem, e não o homem para o Direito”. Será? Se pensarmos essa sentença no maior número possível de sentidos, acho que ficaremos ad absurdum pensando nela!
Bom, vou para o berço. Saúde, força e união!
PS.: lembrem-me de NUNCA MAIS assistir A Lenda de Beowulf. O filme não é dos piores, mas a animação me lembrava um jogo de PlayStation. Daí, não há quem agüente!
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