quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Leis: para quem?

Existem coisas nessa vida que são um tanto impensáveis para mim. Por exemplo, quando eu era criança, pensava que as máquinas de escrever das repartições públicas eram melhores que a da minha mãe. Por quê? Porque nunca havia pego um documento na mão. Hoje, crescidim e vacinado, não vejo nada de especial no serviço público, fora o fato de ser obrigado a seguir uma burocracia e de que NADA tem validade se não for protocolado, carimbado e despachado.

Depois que passei a ver as correspondências vindas de Brasília sem o devido cumprimento do Manual de Redação da Presidência da República, descobri realmente que o nosso problema não é transgredirmos as normas, mas de criarmos regras inexecutáveis, exempli gratia, o Manual de Redação da Presidência da República.

Há alguns dias, desde que retornei da Princesa do Sul à mui leal, valerosa e calorenta capital dos gaúchos, venho notando mais uma vez os lacres dos elementos de segurança dos ônibus: fico-me imaginando num sinistro escabroso (tipo uma queda em desfiladeiro, ou algo do gênero) e os sobreviventes – e eu dentre eles (é claro que eu estarei vivo; sou bisneto do McGyver, pai da minha avó materna) – ficariam se escabelando... com o lacre! Abrir uma janela é fácil: usa-se uma barra de ferro, um morto, um punho com pano (ou, no desespero, até com a mão desnuda) ou qualquer outro artifício (chaves de fenda, crânios ou até um canivete – como meu bisavô McGyver faria). Talvez NUNCA rompendo o lacre e baixando a alavanca, como o decalque do ônibus ensina. Para que criar algo que não seria usável?

Outra coisa que me incomoda é o decalque do metrô: por que ele diz que se deve entrar pela direita, quando o povo entra por qualquer lado da porta? Quem está errado? O decalque ou o povo?

Dr. Ricardo Waldman me ensinou: “o Direito foi feito para o homem, e não o homem para o Direito”. Será? Se pensarmos essa sentença no maior número possível de sentidos, acho que ficaremos ad absurdum pensando nela!

Bom, vou para o berço. Saúde, força e união!

PS.: lembrem-me de NUNCA MAIS assistir A Lenda de Beowulf. O filme não é dos piores, mas a animação me lembrava um jogo de PlayStation. Daí, não há quem agüente!

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